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Gestores têm maior posição “short” de techs em 16 anos, revela BofA

17 maio 2022, 20:21 - atualizado em 17 maio 2022, 21:29
Nesse momento, os gestores estão dando preferencia para setores defensivos, como commodities, saúde e produtos básicos (Imagem: Unsplahs/Szabo Viktor)

A pesquisa mensal do Bank of America (BofA) para mensurar o humor do mercado e que reúne 331 participantes mostrou dados nada favoráveis para o setor de tecnologia.

Segundo a pesquisa, o número de gestores que apostam na queda das techs, o chamado short, alcançou o maior patamar desde 2006.

Essas empresas, que há pouco tempo eram consideradas como “queridinhas”, vem sofrendo com a elevação dos juros mundo afora. Muitos analistas consideram os preços exagerados, diante do cenário econômico difícil.

A Nasdaq, por exemplo, que reúne as empresas de tecnologia, acumula perdas de 24% só neste ano. Ações de big techs, como a Apple, Meta e Amazon, têm quedas de mais de 30%.

Mais do que isso, os níveis de caixa das gestoras chegaram à patamares de 11 de setembro de 2001, o que indica um alto pessimismo em relação ao mercado.

Já o medo da estagflação (inflação mais baixo crescimento) alcançou os níveis de 2008, quando o mundo viveu a crise dos Subprimes.

A percepção é que os banco centrais terão que tomar atitudes mais hawkish (elevação dos juros) para conter a inflação galopante e persistente, que só piorou depois da guerra na Ucrânia.

Os temas que mais provocam medo nos investidores são: o modo como os banco centrais vão se comportar, recessão global e inflação.

Nesse momento, os gestores estão dando preferência para setores defensivos, como commodities, saúde e produtos básicos.

Wall Street alerta para queda de liquidez

Os mais céticos de Wall Street podem ter razão ao enxergar sinais de que a recuperação das ações na terça-feira é uma armadilha de mercado de baixa sem liquidez.

Nos últimos meses, as condições de negociação de ações e títulos pioraram à medida que gestores penam para conseguir comprar e vender grandes volume sem abalar os preços – uma situação que lembra o distúrbio da pandemia em 2020.

A liquidez, ou a facilidade de negociação, dos futuros do S&P 500 é preocupante, mesmo para os padrões do colapso causado pela Covid há mais de dois anos, de acordo com o JPMorgan. A capacidade do mercado de Treasuries de absorver grandes negócios também se aproxima de níveis precários, segundo dados do Goldman Sachs.

Embora a dificuldade de negocia ativos em 2020 tenham começado a diminuir em questão de semanas, para muitos em Wall Street, parece que o problema não vai acabar nunca este ano com o Federal Reserve pondo fim à era do dinheiro fácil.

“A profundidade do mercado não é muito melhor do que em março de 2020”, disse Nikolaos Panigirtzoglou, estrategista do JPMorgan. “Isso implica que a capacidade dos mercados de absorver pedidos relativamente grandes sem afetar significativamente o preço é muito baixa no momento.”

São avisos de cautela para os compradores de baixa que retornaram em todos os mercados na terça-feira com o S&P 500 em alta e Treasuries recuando.

Com Bloomberg

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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