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Gol conclui refinanciamento de R$ 1,2 bilhão em dívida de curto prazo

26 out 2021, 9:02 - atualizado em 26 out 2021, 9:02
Gol
Operação permitirá que a aérea retorne ao menor patamar de dívida bancária de curto prazo desde 2014. (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Gol (GOLL4) finalizou o refinanciamento de uma dívida bancária de curto prazo de R$ 1,2 bilhão, concluindo o programa de liability management — gerenciamento de riscos financeiros por conta do descasamento entre os ativos e passivos —, segundo informou a companhia nesta terça-feira (26).

A operação permitirá que a aérea retorne ao menor patamar de dívida bancária de curto prazo desde 2014, com um montante aproximado de R$ 500 milhões, além de melhorar as métricas de crédito e reduzir o custo de dívida da companhia.

Para o diretor vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, o refinanciamento da dívida coloca o balanço patrimonial da empresa e uma posição mais forte em termos de endividamento do que a concorrência. “Entendemos ser uma vantagem competitiva no atual ambiente de mercado”, disse.

Em meio à pandemia, a Gol concluiu outras iniciativas para reequilíbrio de sua estrutura de capital, como a amortização do Term Loan B no montante de US$ 300 milhões, a emissão de US$ 650 milhões de Senior Secured Notes 2026, um aumento de capital de R$ 423 milhões e a aquisição da participação minoritária no seu programa de fidelidade Smiles no valor de R$ 1,3 bilhão.

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Destino dos recursos

A operação anunciada pela Gol foi realizada com esforços restritos por meio da extensão da 7ª série de debêntures e da emissão da 8ª série de debêntures simples não conversíveis da GLA, uma unidade operacional da companhia.

Os recursos das debêntures serão utilizados integralmente para refinanciar a dívida de curto prazo da companhia e estender o prazo médio dos passivos para 3,3 anos, um aumento de mais de dois anos.

“Isso inclui R$ 600 milhões do saldo remanescente da 7ª emissão de debêntures, e aproximadamente R$ 600 milhões de linhas de crédito de financiamento à exportação (Finimps) e linhas de crédito para capital de giro”, informou a empresa.

No período de 19 meses encerrados em setembro de 2021, a extração de valor dos ativos da Gol propiciou uma redução de R$ 3,3 bilhões na sua dívida financeira de curto prazo, segundo a empresa.

O passivo de arrendamento da companhia manteve-se em aproximadamente 46% do total do endividamento, com uma taxa de desconto estável em IFRS16.

Remuneração

Segundo a Gol, as debêntures serão remuneradas a uma taxa de CDI+4,5% (uma redução de aproximadamente 20% no spread sobre CDI) e terão data de vencimento de três anos após a emissão.

Os pagamentos de principal e juros serão mensais, após período de carência de 12 meses para principal e de seis meses para juros.

As debêntures são resgatáveis, total ou parcialmente, a qualquer momento após emissão. Elas terão garantias fidejussórias da companhia e garantia real prestada pela GLA na forma de cessão fiduciária de determinados recebíveis de cartão de crédito, com a preservação dos direitos de antecipação dos recebíveis dessas garantias.

A operação foi liderada por um sindicato de bancos formado por UBS BB, Bradesco BBI e Santander.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.