Gol (GOLL4) obtém aprovação da Justiça dos EUA para plano de recuperação; ações disparam 12%
As ações da Gol (GOLL4) aceleraram alta na tarde desta terça-feira (20), após a Justiça dos Estados Unidos aprovar o plano de reestruturação da aérea para deixar o Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA), mostra fato relevante divulgado na tarde desta terça (20).
Em reação, as ações, negociadas fora do Ibovespa, dispararam e encerraram o pregão com alta 12,09% na B3, a R$ 1,02. Acompanhe o tempo real.
Vale lembrar que a companhia aérea anunciou na sexta-feira (16) captação de US$ 1,9 bilhão por meio da emissão de instrumentos de dívida, para viabilizar sua saída da recuperação judicial nos Estados Unidos.
A empresa já havia sinalizado uma expectativa de sair do processo em junho deste ano, que se mantém.
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“Ao longo do processo de Chapter 11 nos Estados Unidos, a Gol avançou significativamente na melhoria de sua posição competitiva, fundamentos financeiros e desempenho operacional”, diz o documento.
Após a saída, a companhia afirma que terá uma forte posição de liquidez de aproximadamente US$ 900 milhões e alavancagem significativamente reduzida, de 5,4 vezes, além de uma alavancagem líquida projetada de 2,9 vezes ao final de 2027.
Vale lembrar que a alavancagem é medida pela relação dívida líquida sobre o lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização (Ebitda). Quanto mais elevado o número, maior é o risco financeiro.
Ainda, a Gol coloca que a frota totalmente recuperada de Boeing 737 está no caminho para retornar à capacidade doméstica para níveis pré-pandemia.
Fusão Gol e Azul em xeque?
Enquanto a Gol avança para dar fim ao Chapter 11, a Azul (AZUL4) pode pegar o caminho oposto — colocando em posição delicada a potencial fusão entre as companhias.
De acordo com o Pipeline, do jornal Valor Econômico, a Azul está sendo assessorada pelos escritórios Davis Polk e Pinheiro Neto para buscar novo financiamento e reestruturar a dívida com credores, não descartando fazer isso por meio de um processo de recuperação judicial.
Procurada, a Azul informou que “está constantemente avaliando oportunidades para melhorar a liquidez e sua estrutura de capital, sem nunca deixar de honrar seus compromissos e a qualidade dos seus serviços e atendimento aos clientes, respeitando sempre toda legislação vigente”.
Os analistas André Ferreira, do Bradesco BBI, e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos, avaliam que uma entrada da Azul em Chapter 11 pode levar ao atraso ou até mesmo cancelamento das negociações.
“O futuro do negócio ainda é incerto, com o CEO da Gol, Celso Ferrer, afirmando que o grupo está trabalhando para garantir que a Gol saia de sua reestruturação em uma posição forte e que o acordo com a Azul não seja necessário”, pontuam.
