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Goldman aposta em dívida ESG para avançar na América Latina

08 out 2020, 13:43 - atualizado em 08 out 2020, 13:43
Goldman Sachs GS
No centro da estratégia do Goldman estão emissões com critérios ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês (Imagem: Reuters/David Gray)

O Goldman Sachs aumenta sua presença na América Latina com o foco em dívidas com fins sociais e ecológicos em meio à crescente demanda por títulos sustentáveis de mercados emergentes.

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“A América Latina é uma região incrivelmente estratégica para nós, então devemos ver mais influência e mais ênfase no futuro”, disse Christina Minnis, corresponsável por financiamento de crédito global do Goldman, em entrevista por telefone em 28 de setembro.

O banco abriu escritório no Peru este ano, e já estava presente em São Paulo, Cidade do México, Santiago e Buenos Aires. O Goldman estruturou mais de US$ 10 bilhões em emissões de títulos da América Latina em 2020, tornando-se o quarto maior subscritor, em relação à nona posição no ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

No centro da estratégia do Goldman estão emissões com critérios ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês. O banco foi o principal subscritor de sete títulos atrelados a ESG da América Latina neste ano, em comparação com apenas um em 2019, de acordo com dados compilados pelo Goldman.

A pandemia de coronavírus estimulou emissões desse tipo de dívida de países em desenvolvimento, como um volume recorde de títulos sociais quando países mais pobres tentam combater a crise de saúde.

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Governos e empresas podem reduzir custos de financiamento em até 20 pontos-base sob o formato ESG, disse Carlos Mendoza, responsável por mercados de capitais de dívida para a América Latina.

Esses critérios também ampliam o leque de potenciais investidores em meio a crescentes temores sobre o coronavírus, a economia e as eleições presidenciais dos EUA.

“A base de investidores dedicados aos mercados emergentes se torna um pouco mais seletiva” durante períodos de alta volatilidade, disse Mendoza.

A expectativa era de que as diretrizes da International Capital Market Association divulgadas em junho levassem a mais emissões de títulos atrelados a metas ambientais gerais, em vez de projetos específicos. O banco liderou a coordenação da emissão de US$ 750 milhões em títulos atrelados à sustentabilidade da Suzano, que pagam um cupom maior se a empresa não cumprir as metas de emissão de gases de efeito estufa. Foi o primeiro título desse tipo na América Latina, de acordo com a BloombergNEF, e apenas o segundo globalmente depois da concessionária italiana Enel, que levantou US$ 1,5 bilhão no ano passado.

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“Essa é uma área em que realmente vemos oportunidades reais e inovação contínua”, disse John Greenwood, corresponsável de projetos, infraestrutura e principal finance do Goldman.

Empréstimos Covid

Neste ano, o Goldman ajudou a estruturar o título social de US$ 400 milhões do Equador para hipotecas destinadas a pessoas de baixa e média renda. Também trabalhou em um empréstimo de US$ 360 milhões para o Banco Nacional de Panamá para alívio da Covid, e no financiamento de empréstimos para empresas controladas por mulheres concedidos pelo Banco Pichincha, do Equador.

Os financiamentos usaram garantias do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco Mundial para ajudar a reduzir custos, disse Greenwood.

A empresa espera fechar alguns novos acordos sustentáveis na América Latina antes do fim do ano, à medida que empresas aproveitam as janelas de oportunidade, de acordo com Mendoza.

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“A emissão soberana adicional atrelada a ESG será provavelmente mais ativa no próximo ano”, afirmou.

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