Governo prepara medidas fiscais pontuais e não há estudo sobre aumento do Bolsa Família, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (15) que medidas em preparação pelo governo, que serão discutidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, são pontuais para assegurar o cumprimento da meta fiscal.
Em entrevista a jornalistas, Haddad negou haver estudo ou pedido no governo sobre eventual aumento de valor dos benefícios do Bolsa Família.
“As únicas medidas que estão sendo preparadas para levar ao conhecimento do presidente semana que vem são medidas pontuais para o cumprimento da meta fiscal, como nós fizemos no ano passado”, disse.
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Na noite de quarta-feira (14), após a Veja noticiar que o Ministério do Desenvolvimento Social estaria preparando uma proposta para reajustar o valor do Bolsa Família de R$ 600 para R$ 700 a partir de janeiro de 2026, o ministro da pasta, Wellington Dias, disse à Reuters que não há estudo nem proposta nesse sentido.
Questionado sobre o assunto nesta quinta-feira (15), Haddad reforçou.
“Não há da parte do MDS pressão sobre a área econômica para absolutamente nenhuma iniciativa nova. Isso vale para os demais ministérios”, afirmou.
O tema atrai atenção de agentes do mercado porque um reajuste do programa social geraria impacto fiscal em um momento de compressão das contas federais e elevação da dívida pública.
O governo se comprometeu a alcançar uma meta de déficit primário zero em 2025 e um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026.
Enquanto se espera um possível bloqueio de recursos para cumprir regras fiscais neste ano, em anúncio na semana que vem, o governo já reconheceu que precisará adotar medidas de ajuste para alcançar o objetivo de 2026.
“Estamos identificando onde estão alguns gargalos, alguns problemas, tanto do ponto de vista da despesa quanto da receita. E vamos apresentar para o presidente. Não dá nem para chamar de pacote, porque são medidas pontuais”, disse Haddad.