Economia

Governo quer aporte do Tesouro em fases em programa de crédito para empresas médias

14 maio 2020, 16:40 - atualizado em 14 maio 2020, 16:40
Dinheiro
Para cada 1 real colocado no fundo, a conta é que o crédito será alavancado em 5 reais (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A equipe econômica estuda um aporte em fases pelo Tesouro ao Fundo de Garantia de Investimentos (FGI) do BNDES, dentro de ação para impulsionar o crédito para empresas médias, de forma a evitar o erro do programa de financiamento à folha, o Pese, que foi aprovado com orçamento de peso, mas que não tem sido procurado como o esperado.

Segundo duas fontes da equipe econômica, a ideia é que a liberação seja feita em tranches de 5 bilhões de reais, até um total de 20 bilhões de reais.

Para cada 1 real colocado no fundo, a conta é que o crédito será alavancado em 5 reais, já que o governo entrará com garantia de parte das eventuais perdas com inadimplência.

Por isso, a expectativa é que até 100 bilhões de reais sejam ofertados pelas instituições financeiras às médias empresas, que têm enfrentado dificuldades em tomar empréstimos diante do aumento da aversão a risco pelos bancos.

Pelo desenho na mesa, os recursos poderão ser usados para capital de giro para negócios com faturamento anual de até 300 milhões de reais.

A intenção é que o novo programa seja publicado via Medida Provisória, disseram as duas fontes, que falaram sob condição de anonimato.

Dentro da equipe econômica, há uma avaliação unânime de que o Pese, de financiamento à folha de pagamento, foi mal dimensionado. Voltado para pequenas empresas, com faturamento anual de 360 mil reais a 10 milhões de reais, ele conta com um orçamento de 40 bilhões de reais, dos quais 34 bilhões de reais do Tesouro e 6 bilhões de reais dos bancos.

Até agora, pouco mais de 1% desse total foi acessado.

Nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que o programa está em revisão, já que ele não será executado plenamente como aprovado.

A contrapartida para o financiamento à folha por até dois meses no âmbito do programa é que as empresas não demitam pelo mesmo prazo.

Segundo Mansueto, as empresas estão relutando em tomar empréstimos pela obrigação de manter os empregados depois. Isso porque elas não querem se comprometer em função das incertezas da crise.

O secretário do Tesouro também citou como empecilho o impedimento que havia para as empresas fecharem o financiamento caso tivessem dívidas junto à Previdência. Esse entrave caiu com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento de Guerra.

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