GPA (PCAR3): Citi rebaixa recomendação para venda e ações derretem 10% nesta terça (30)

O Citi rebaixou a recomendação do GPA, dono da bandeira Pão de Açúcar, de neutra para venda, tendo em vista “desafios significativos” para a varejista alimentícia. Em reação, as ações PCAR3 chegaram a despencar mais de 10% no pregão desta terça (30).
Em revisão antes dos resultados do terceiro trimestre de 2025, o banco ainda cortou o preço-alvo de R$ 3,40 para R$ 2,80, implicando um potencial de queda de cerca 35% ante o preço do último fechamento.
Por volta de 12h10 (horário de Brasília), as ações PCAR3 caíam 9,17%, a R$ 3,96, performando entre as maiores baixas do Ibovespa (IBOV). Acompanhe o tempo real.
Os analistas do Citi reconhecem que a administração fez progressos significativos na transformação operacional da companhia, com destaque para redução dos custos de SG&A (despesas gerais e administrativas), melhoria no capital de giro e evolução na gestão de passivos por meio das vendas de ativos.
“No entanto, permanecem desafios significativos, particularmente com seus consideráveis passivos fiscais que foram apenas parcialmente renegociados”, avaliam os analistas.
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Projeções
O Citi pondera que o atual contexto de aumento dos preços dos alimentos gera uma dinâmica única que beneficia os varejistas de alimentos tradicionais.
“Conversas com participantes do setor e do mercado indicam que os consumidores estão se afastando ligeiramente de compras grandes e pouco frequentes de formação de estoque para compras menores e mais frequentes”, colocam os analistas.
Neste cenário, o banco projeta um crescimento de vendas de mesmas lojas (SSS) de 5,1% e 4,4% em 2025 e 2026, respectivamente, com a bandeira Pão de Açúcar superando o Minuto.
O Citi avalia ainda que descontos podem pensar na margem bruta do GPA, mas permanecem positivos com a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que mede o desempenho operacional.
GPA x Assaí
Na última semana, o Assaí entrou com medida defensiva contra o GPA e o Casino para não herdar dívidas tributárias da dona da bandeira Pão de Açúcar — empresa da qual já fez parte, mas se separou em 2020.
A rede de atacarejo pediu à Justiça o bloqueio de todas as ações do Pão de Açúcar detidas pelo grupo francês Casino. Com a medida, o Assaí requer que qualquer venda de ações do GPA pelo Casino seja condicionada à garantia de que a empresa irá arcar com os valores cobrados pela Receita.
A ação também exige que o GPA ofereça garantias suficientes para manter o Assaí livre das responsabilidades anteriores à cisão.