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Grãos: Commodities afetam duas ações e M. Dias Branco (MDIA3) ‘comemora’; saiba o que plantar na ‘safra’ do 2T23

19 maio 2023, 15:53 - atualizado em 19 maio 2023, 15:53
agro grãos commodities
Apesar da postura conservadora da XP Investimentos para as companhias, produtora de grãos pode crescer 66%; entenda (Imagem: Pixabay/reijotelaranta)

primeiro trimestre de 2023 (1T23) foi desafiador para as empresas do setor de grãos do agronegócio. A temporada de resultados chegou ao fim nesta semana e trouxe alguns destaques e desafios no 2T23 para empresas como SLC Agrícola(SLCE3), M. Dias Branco(MDIA3) e BrasilAgro(AGRO3).

No cenário global, o que se viu foi uma forte queda no preço das commodities. Para Leonardo Alencar, analista do setor de Agro, Alimentos & Bebidas da XP Investimentos, apesar da sensibilidade das companhias quanto às variações, o impacto atinge de diferentes formas cada empresa, que reportaram números do terceiro trimestre da safra 2022/2023 (3T23).

Como as commodities afetam os papéis?

SLC Agrícola

Na avaliação do analista, o 1T23 para SLC foi positivo. A venda da colheita da soja, principal ativo agrícola da companhia, impulsionou os resultados.

“A queda dos preços do milho e da soja impacta as margens da companhia. Porém, nos três primeiros meses do ano, houve uma dinâmica interessante devido à venda antecipada da oleaginosa, que entrou na conta”, diz. Ainda assim, a dinâmica atual de custos da companhia teve impacto dos preços mais elevados dos fertilizantes.

Aliás, isso fez com que a SLC reduzisse a aplicação de insumos na safra 2022/2023. “Mesmo com o cenário de queda dos grãos, acreditamos em um ano positivo para SLC devido à comercialização de boa parte da safra de soja e aquisição insumos para a safra 23/24, com a recuperação da produtividade”, pontua.

Porém, o analista ressalta que, ainda que 2023 seja um ano bom, com resultados fortes, há uma queda no potencial de alta pelo cenário das commodities.

BrasilAgro

Apesar das similaridades com a tese da SLC, Alencar ressalta as diferenças com a BrasilAgro. “O cenário para soja é parecido, sendo esse um ano bom para BrasilAgro no comparativo histórico, mas há, assim como para SLC, uma queda das margens”, pondera.

Contudo, o destaque da empresa fica com a venda de terras. Isso porque existe a expectativa de novas vendas ainda este ano, inclusive muito acima do esperado.

Dessa forma, com os bons negócios realizados pela companhia, o dividend yield da BrasilAgro com referência para junho de 2024 está em 10,5%. Para o analista, há perspectivas de pagamentos em junho de 2023 e junho de 2024.

“São duas empresas que devem ter um 2023 positivo, mas devido à queda nos preços das commodities, o cenário daqui para frente não é tão otimista para as ações, que já estão bem descontadas e isso explica a postura conservadora para os papéis”, pondera o analista da XP.

M. Dias Branco

No entanto, o cenário para a M. Dias Branco é o oposto. De acordo com Alencar, da XP, a queda dos valores do trigo deve favorecer a recuperação de margens da companhia.

“A BrasilAgro e SLC Agrícola são produtoras. Com isso, são prejudicadas pela queda nos preços das commodities. A M. Dias Branco, por outro lado, se beneficia com a queda das commodities, principalmente pelo recuo do trigo, por ser uma processadora “, explica.

A companhia, que reportou alta de 85% no lucro do 1T23, contou com uma recuperação dentro dos três primeiros meses do ano para entregar bons resultados. “A M.Dias Branco teve um janeiro ruim, fevereiro médio e um março ótimo. A expectativa é de que os óleos vegetais e o trigo caiam ainda mais”, emenda.

Assim, a XP mudou a tese sobre a empresa para compra, com projeções de margens alinhadas com março nos próximos trimestres.

Confira a recomendação do XP para as ações:

Empresa Código Recomendação Preço-alvo (R$) Potencial (%)
SLC Agrícola SLCE3 Compra R$ 58,80 66
BrasilAgro AGRO3 Neutro R$ 31,80 35
M. Dias Branco MDIA3 Compra R$ 44,60 16

 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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