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Grupo Petrópolis e Heineken crescem e podem se tornar problema para Ambev, alerta BofA

29 jun 2021, 16:14 - atualizado em 29 jun 2021, 16:14
Brahma/Ambev
Água no chope: ao mesmo tempo que concorrência cresce a demanda por cervejas diminui (Imagem: Ambev/Divulgação)

Em 13 anos, a participação de mercado da Ambev (ABEV3) caiu de 69% em 2005 para 56% em 2018. Mudanças na marca e lançamentos de novos produtos, como a Brahma Duplo Malte, colocaram a empresa na rota de crescimento, e hoje a cervejeira possui uma fatia de 60%.

Mas isso não afasta o potencial problema que a crescente competição pode representar para Ambev, alerta o Bank of America em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.

Segundo o banco, Petrópolis e Heineken podem aumentar sua capacidade combinada em mais de 30%, enquanto a demanda não deve acompanhar esse ritmo, ou seja, mais competição e menos lucratividade para todas as marcas.

Com isso, o BofA manteve a recomendação abaixo da média do mercado (underperform), com preço-alvo de R$ 15 para os papéis da Ambev.

O banco prevê que o consumo per capita (PCC) de cerveja cresça 3% ao ano nos próximos três anos, o que deve ajudar a demanda a totalizar 15,9 bilhões de litros, ainda cerca de 0,5 bilhão abaixo da produção potencial combinada da Ambev, Petrópolis e Heineken, se aumentarem totalmente a capacidade em quatro anos.

Grupo Petrópolis dispara

O Grupo Petrópolis, dona na marca Itaipava, é de longe a empresa que mais cresce entre as cervejarias, aponta o banco.

Segundo o BofA, com base em declarações dos executivos do grupo, a empresa produziu apenas 1,4 bilhão de litros em 2011, menos da metade dos atuais 3 bilhões de litros em 2020.

Além disso, a cervejaria anunciou o desenvolvimento, em duas fases, de sua planta de Uberaba, o que deve permitir à Petrópolis aumentar a sua capacidade para 4,7 bilhões, contra a capacidade instalada de 3,6 bilhões de litros em 2020.

“Estimamos que o mercado total de cerveja em 2020 era de 14 bilhões de litros, dos quais Petrópolis tinha entre 15% a 20% de participação”, afirma.

Heineken é velha ameaça

A Heineken também tem um plano ambicioso de expansão no Brasil: irá construir uma nova fábrica na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, com um investimentos de R$ 1,8 bilhão e conclusão prevista para o final de 2022.

“Estimamos que esta instalação possa ser semelhante em tamanho à do Paraná em cerca de 1 bilhão de litros”, calcula.

Além disso, a fabricante holandesa deve inaugurar sua planta em Ponta Grossa (Paraná) de 0,3 bilhão de litros, dos atuais 0,7 bilhão de litros.

“Por outro lado, esperamos que a Heineken opere com uma capacidade ociosa menor do que Petrópolis, já que a empresa recentemente apontou o fato de que não foi capaz de aumentar os volumes em 2020 devido à restrições de capacidade”, diz.

O banco espera que a Heineken produza 3,5 bilhões de litros em 2023 no Brasil, 40% do volume esperado da AmBev.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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