Mercados

“Há um risco enorme de impeachment”, avalia Felipe Miranda

24 abr 2020, 13:27 - atualizado em 24 abr 2020, 18:45
Sergio Moro
Moro relatou que o presidente manifestou, claramente, a intenção de obter informações, documentos e outros dados sobre investigações em andamento (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Os mercados financeiros brasileiros estão em um frenesi após o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, realizado ao vivo e com detalhes de conversas feitas com o presidente, Jair Bolsonaro, que podem ser utilizadas como justificativa para um pedido de impeachment.

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No pior momento do dia, até às 12h47, o Ibovespa (IBOV) havia apresentou queda de 9,58%, a 72.040 pontos. O dólar foi a R$ 5,7126, alta de 3,20%. O pânico não é visto nos mercados internacionais, com Wall Street em um dia calmo e no positivo.

Os juros futuros de longo prazo, mais associados à percepção de risco político-econômico, saltavam mais de 100 pontos-base, com a inclinação –uma medida de risco– em forte alta.

“O governo, em uma completa dificuldade de encontrar uma resposta à crise de saúde e econômica, agora enfrenta uma terceira crise, absolutamente constrangido, e sob um risco enorme de sofrer um processo de impeachment”, avalia Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus.

.Presidente Jair Bolsonaro e ministro Paulo Guedes
Mercado espera algum tipo de reação do ministro da economia, Paulo Guedes (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Miranda entende que agora o foco se voltará para o ministro da economia, Paulo Guedes, na expectativa de um posicionamento após as revelações feitas por Moro.

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“Não me surpreenderia de ver o dólar acima de R$ 6, rapidamente, e um processo de queda vigorosa da Bolsa”, pontua.

O ex-juiz relatou que o presidente manifestou, claramente, a intenção de poder ligar diretamente para o diretor geral da Polícia Federal, obter informações, documentos e outros dados sobre investigações em andamento.

O agora ex-ministro afirma que não é papel da PF prestar esse tipo de informações a políticos, e convidou os ouvintes a imaginar o que aconteceria se, durante a Lava Jato, a ex-presidente Dilma Rousseff e seus ministros tivessem essa prerrogativa.

Bolsonaro divulgou nesta manhã, em sua conta do Twitter, a exoneração do diretor geral, Maurício Valeixo.

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Randolfe Rodrigues
“Entraremos ainda hoje com pedido de impeachment”, disse Randolfe Rodrigues (Imagem: Agência Senado/Marcos Oliveira)

Pedidos já feitos

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, afirmou que pedirá o impeachment do presidente Jair Bolsonaro ainda hoje, diante das “graves denúncias feitas pelo agora ex-ministro da Justiça”. A declaração foi feita em sua conta no Twitter.

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Na quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STFCelso de Mello decidiu pedir à Câmara dos Deputados informações a respeito do andamento de um pedido de abertura de processo de impeachment por crime de responsabilidade contra o presidente Jair Bolsonaro apresentado por dois advogados, segundo decisão do magistrado divulgada nesta quinta-feira.

Os autores da ação questionaram o fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda não ter se manifestado sobre o pedido, mesmo depois de mais de 15 dias de ele ter sido apresentado.

Hamilton Mourão
Após Rodrigo Maia aceitar algum pedido de impeachment, Bolsonaro seria afastado por 180 dias e o vice, Hamilton Mourão, assumiria (Imagem: PR/Alan Santos)

Processo de impeachment

Caso algum pedido de abertura seja aceito por Rodrigo Maia, o presidente Bolsonaro será notificado e deve deixar o cargo, permanecendo afastado por até 180 dias.

Quem assume é o vice, Hamilton Mourão.

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ele será analisado por uma comissão especial de 66 deputados titulares e igual número de suplentes, com presidente e relator eleitos.

Para ser aprovado na Câmara, o processo do impeachment deve ter o apoio de dois terços dos parlamentares, ou seja, 342 deputados.

O pedido vai ao Senado, que também cria uma comissão para julgar o mérito.

É marcada uma sessão do Congresso Nacional, comandada pelo presidente do STF, para uma votação final e afastamento definitivo.

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
gustavo.kahil@moneytimes.com.br
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