Haddad afirma que devolução de descontos do INSS deve ser de no máximo R$ 2 bilhões

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que estimativas do governo apontam para um máximo de R$ 2 bilhões o valor do ressarcimento por descontos indevidos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Até pelo número de reclamantes, fizemos umas ponderações e chegamos a uma conta. Eu acredito que vai dar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões”, afirmou Haddad em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda-feira (26).
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O valor máximo estimado pelo ministro é um terço menor que os primeiros números divulgados pelo governo, que revelou no início da poderia chegar a R$ 5,9 bilhões se fossem considerados que todos os descontos realizados desde março de 2020 fossem irregulares.
Reclamações
O INSS atualizou na sexta-feira (23) os dados de beneficiários que não deram aval aos descontos e solicitaram o dinheiro de volta. Foram 2,012 milhões de pedidos, de um total de 9 milhões de pessoas que tiveram algum desconto realizado no período. Apenas 46,2 mil segurados declararam ter autorizado descontos até o momento.
Na entrevista, Haddad revelou que o bloqueio de bens dos sindicatos e associações envolvidos na fraude já solicitados pela Advocacia-Geral da União (AGU) será suficiente para cobrir os R$ 2 bilhões previstos. A AGU solicitou à Justiça o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em bens de 12 entidades, mas não se sabe ainda se o valor será encontrado nas contas dos investigados.
“Não temos ainda uma estimativa, mas são muitas centenas de milhões de reais bloqueados dessas associações. Ninguém será prejudicado, mas essa turma vai ter que pagar, inclusive com os seus bens pessoais”, disse Haddad.
Investigação do INSS
A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), investigam desmantelou um esquema de fraudes em mensalidades cobradas por sindicatos e associações e descontadas diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS sem autorização.
A PF suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e enriquecimento ilícito envolvendo funcionários do governo.
O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros dirigentes do órgão foram afastados dos cargos.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão e foi substituído pelo então secretário executivo da pasta, Wolney Queiroz, agora titular do ministério desde o dia 2 de maio.