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Haddad diz que Banco do Brasil (BBAS3) tem sofrido ataque de bolsonaristas ‘defendendo saques do banco’

24 ago 2025, 9:37 - atualizado em 24 ago 2025, 9:37
Banco do Brasil
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (23) que o Banco do Brasil (BBAS3) tem sofrido ataques por ‘parte de bolsonaristas nas redes sociais’.

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“Tem acontecido ataque ao BB por parte de bolsonaristas na rede social, defendendo saques de valores do banco”, disse em entrevista à TV GGN.

“Há projetos de lei no Congresso para perdoar dívidas do agro, que não está com problemas, no Banco do Brasil. Está aumentando a inadimplência no BB por uma ação concertada, uma ação deliberada de bolsonaristas que estão tentando minar as instituições públicas”, afirmou.

“O fair play deu lugar para o vale-tudo e isso compromete muito a saúde da democracia brasileira”, continuou.

A fala do ministro sobre a estatal se deu num contexto de crítica aos juros bancários, que ele classificou como “abuso no crédito”.

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O BB vem sendo questionado por seus resultados. No balanço do segundo trimestre (2T25), a instituição viu seu lucro cair 60% em um ano, o que desagradou investidores do mercado financeiro.

Grandes produtores rurais, especialmente do Centro-Oeste e do Sul, estiveram no centro dos problemas na carteira de crédito do banco que provocaram uma queda para 8,4% no retorno (ROE, na sigla em inglês) de abril a junho.

Ataques ao Banco do Brasil nas redes

Na sexta-feira (22), o BB afirmou em nota que tem acompanhado o surgimento de “publicações inverídicas e maliciosas” nas redes sociais com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira.

O banco diz ainda que tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários.

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A instituição cita que identificou publicações sugerindo retirada de depósitos do banco por parte dos clientes.

“Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas”, diz o texto.

Na terça-feira (19), o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Felipe Martins, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro, recomendou publicamente nas redes sociais que as pessoas tirem recursos que tenham no banco.

“Meu conselho a você que tem conta no Banco do Brasil: tire seu dinheiro de lá”, escreveu na rede social X (antigo Twitter). A publicação, no entanto, foi apagada neste sábado (23).

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Na quinta-feira (21), ele publicou: “Não é bravata, é realidade: o Banco do Brasil está pisando em terreno arenoso e assumindo o risco de ser sancionado pelo governo americano, podendo sacrificar todas as suas operações internacionais e ser multado em bilhões de dólares.”

Haddad critica juros bancários

Haddad destacou que, apesar da redução nas taxas de juros cobradas de trabalhadores, os valores ainda estão muito elevados e precisam ser tratados com seriedade.

“Quando o juro cai de 7% para 3,5%, não há dúvida que há o que comemorar. Mas, anualizando, quanto trabalhador paga de juro? Compara com a inflação, compara com a Selic“, disse o ministro.

Segundo Haddad, o governo já está tomando providências para reduzir o spread (diferença entre o custo do dinheiro para o banco, o quanto ele paga ao tomar empréstimo, e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito).

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“Os bancos sabem que o spread de juros está na agenda do governo; democratizar o crédito é importante”, afirmou ele, ressaltando que é preciso tirar o trabalhador da mão de agiotas e de instituições financeiras abusivas.

‘Diminuir gasto tributário não é aumentar imposto’

Na entrevista, Haddad defendeu que o ajuste fiscal promovido pelo governo Lula tem se apoiado principalmente no combate às renúncias fiscais, e não na criação ou elevação de tributos.

“Diminuir gasto tributário não é cobrar de quem não paga ou aumentar imposto. Não é nada disso. Simplesmente nos recusamos a manter a renúncia fiscal no patamar de 6% do PIB”, disse.

Segundo o ministro, a estratégia foi fundamental para avançar na consolidação das contas públicas. “Em dois anos e meio, o ajuste fiscal foi feito em torno do combate às renúncias fiscais”, afirmou.

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Haddad ressaltou ainda o papel do Congresso Nacional na aprovação de medidas importantes, apesar das resistências. “Bem ou mal, as pautas estão avançando no Congresso. Houve aprovação da reforma tributária, que foi a maior já feita no Brasil”, destacou.

O ministro da Fazenda afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em 2022 um país em condições políticas muito distintas daquelas encontradas em seu primeiro mandato, em 2002.

“Em 2002, Lula recebeu um país institucionalmente estável, um Congresso manejável, em que era possível conformar maioria com relativa facilidade”, disse Haddad.

Segundo o ministro, o cenário atual é marcado pela atuação de uma oposição que, em sua avaliação, não apresenta projeto de país.

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“Hoje a oposição bolsonarista não tem projeto para o país. O projeto deles é o país não andar, o país não evoluir”, afirmou.

Haddad destacou, porém, que não vê o Congresso Nacional como um obstáculo ao governo. “Não estou aqui criticando o Congresso Nacional como instituição. Tenho até agradecido, porque, bem ou mal, as pautas estão avançando”, afirmou.

Transformação ecológica e tecnologia

O ministro falou sobre as oportunidades do Brasil na transformação ecológica e no desenvolvimento tecnológico.

“Nós temos rigorosamente todas as vantagens competitivas. Temos o melhor vento, o melhor sol, a terceira maior reserva de terras raras e minerais críticos. É óbvio que isso vai exigir parceria, porque não temos toda a tecnologia disponível aqui, mas precisamos transformar isso em valor agregado, em emprego de qualidade, em tecnologia de ponta”, afirmou.

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Haddad acrescentou que o Brasil precisa avançar na criação de empresas nacionais de tecnologia, principalmente no processamento de dados, já que hoje 60% das informações brasileiras são processadas fora do País.

“Imagina do ponto de vista de soberania, com as ameaças em curso, o que isso pode significar? Amanhã uma pessoa com viés autoritário pode querer prejudicar o Brasil”, alertou o ministro da Fazenda.

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