Haddad e Alckmin dizem que foco e empenho do governo nesta semana estão em negociação de tarifas com os EUA

O foco das ações do governo brasileiro em relação à tarifa dos Estados Unidos ainda é a negociação, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após apresentar um plano de contingência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando que o Executivo ainda aguarda resposta a cartas enviadas ao país.
Essa é a mesma linha do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que lidera a força-tarefa do Governo Federal nas negociações com os Estados Unidos. Segundo ele, o governo mantém o empenho essa semana para tentar resolver o tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, previsto para entrar em vigor na sexta-feira.
“Todo o empenho agora nessa semana é para a gente buscar resolver o problema, nós estamos permanentemente no diálogo, nós estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e pela reserva”, disse Alckmin.
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Em entrevista a jornalistas no Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad disse que Lula já tem em mãos os planos apresentados pelos quatro ministérios envolvidos: Fazenda, Relações Exteriores, Casa Civil e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“O importante é que o presidente tem na mão os cenários todos que foram definidos pelos quatro ministérios. E o foco, por determinação do presidente, é negociar, tentar evitar medidas unilaterais”, disse. “Mas independentemente da decisão que o governo dos Estados Unidos vai tomar, nós vamos continuar abertos à negociação.”
Segundo Haddad, ele ainda deve se reunir com Lula e demais autoridades envolvidas nas negociações, mas as medidas que serão postas em ação ainda não foram escolhidas, porque não se sabe quais serão, de fato, as decisões dos EUA ao fim do prazo para a imposição das tarifas, na próxima sexta-feira.
“O foco é receber, da parte dos Estados Unidos, uma resposta às cartas que o Brasil enviou, no sentido de a gente buscar uma aproximação em relação ao que é relevante para eles e para nós”, acrescentou.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o governo trabalha com a certeza de que a taxação deve ser confirmada em 50%, porque não há tempo hábil para mudanças e, principalmente, pelas condições colocadas pelo presidente dos EUA. Uma das exigências foi o fim do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
A expectativa é que, em se confirmando as tarifas norte-americanas, algumas medidas de retaliação sejam já apresentadas na sexta, mas não tudo, pois vai depender do que vier do lado norte-americano.
A intenção, ainda, é continuar tentando negociar mesmo depois de 1º de agosto, mas apenas na parte comercial.
Com informações da Reuters