Economia

Haddad não convence mercado sobre 2º maior déficit da história; confira

30 jan 2024, 12:56 - atualizado em 30 jan 2024, 12:56
haddad fiscal deficit
Em 2023, déficit primário foi de R$ 230,5 bilhões. O resultado ficou acima das projeções do governo e do ministro Fernando Haddad. (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

O Governo Central reportou um rombo de R$ 230,5 bilhões nas contas púbicas, o equivalente a 2,12% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Os números do déficit primário frustraram a equipe econômica, já que se trata do pior resultado desde 2020 e o segundo pior da série história do Tesouro Nacional para o mês, iniciada em 1997, de R$ 116,1 bilhões.

Vale destacar que o valor está acima da projeção do Orçamento de 2023, que previa déficit de até R$ 228,1 bilhões.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou as decisões do governo passado, de Jair Bolsonaro, como causadoras da alta nos gastos públicos.

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Segundo ele, os R$ 92,4 bilhões pagos para regularizar o estoque de precatórios pesaram nas contas, assim como os R$ 14,8 bilhões de repasse a Estados para compensar perdas decorrentes da redução da alíquota de ICMS sobre combustíveis.

“Manchetes não correspondem ao esforço que o governo fez de passar a régua nesse passado tenebroso de desorganização das contas públicas […] O déficit real se aproximou muito de 1% do PIB, que eu havia anunciado em 12 de janeiro”, disse Haddad.

Pelas contas do ministro, com a retirada desses valores, o déficit ficaria próximo de R$ 100 bilhões.

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Déficit primário: Economistas não gostam do resultado de 2023

Embora Haddad diga que o “déficit real” é melhor do que os números apresentados, os economistas enxergam com pessimismo o resultado.

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Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, destaca que excluindo os precatórios, que tiveram um impacto significativo em dezembro, o déficit do governo central ficou em 1,5% do PIB, contrastando com o superávit de 0,5% em 2022.

“Este rombo fiscal é notável, especialmente considerando ser um primeiro ano de governo. Outro ponto de impacto foi o acordo com os governadores sobre o ICMS dos combustíveis. Com isso, espera-se que o debate sobre a revisão da meta fiscal para 2024 ganhe força”, afirma.

Além disso, ele lembra que diversas pautas que tratam a questão fiscal estão paradas no Congresso. Embora o recesso parlamentar esteja no fim, os parlamentares só devem voltar para o rimo normal de trabalho após o Carnaval — atrasando ainda mais a agenda da equipe econômica.

Os analistas da XP No Brasil, também apontam que, mesmo excluindo os efeitos não recorrentes, ainda haveria um déficit muito pior do que o resultado de dezembro de 2022.

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“Acreditamos que as medidas recém-aprovadas para aumentar as receitas devem ter efeito positivo, mas não o suficiente para atingir a meta de déficit zero em 2024”, dizem em relatório.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.