Hamas negocia com governo dos EUA cessar-fogo em Gaza, diz autoridade palestina

As negociações entre o Hamas e o governo dos Estados Unidos para um cessar-fogo em Gaza e para a entrada de ajuda humanitária no enclave sitiado estão em andamento, disse à Reuters neste domingo uma alta autoridade palestina familiarizada com as discussões.
O presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou recentemente a promessa de ajudar a levar alimentos aos palestinos em Gaza. Um mecanismo apoiado pelos EUA para levar ajuda a Gaza deve entrar em vigor em breve, afirmou o enviado de Washington a Israel na sexta-feira (9).
Um porta-voz do Departamento de Estado disse: “Não podemos falar sobre negociações em andamento, mas observarei as declarações recentes do Catar e do Egito de que eles continuam se engajando na busca por um acordo.”
O porta-voz disse que o Hamas era o único responsável pela guerra, bem como pela retomada das hostilidades.
“O presidente Trump deixou claras as consequências que o Hamas enfrentará se continuar a manter os reféns, incluindo o americano Edan Alexander e os corpos de quatro americanos”, acrescentou o porta-voz.
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Os EUA já haviam mantido discussões com o grupo militante palestino para garantir a libertação de reféns norte-americanos mantidos em Gaza.
A mídia israelense informou neste domingo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em uma sessão fechada do Comitê de Relações Exteriores e Defesa que o Hamas poderia em breve libertar Alexander, um refém americano-israelense, como um gesto de boa vontade para com Trump, que visitará o Oriente Médio esta semana.
O gabinete do primeiro-ministro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre os relatórios.
Desde 2 de março, Israel cortou todos os suprimentos para os 2,3 milhões de moradores de Gaza. Os alimentos estocados durante o cessar-fogo no início do ano praticamente acabaram.
Em 18 de março, Israel encerrou efetivamente o acordo de cessar-fogo de janeiro com o Hamas e renovou sua campanha militar em Gaza.
O Hamas disse que está disposto a libertar todos os reféns restantes capturados em comunidades no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, além de concordar com um cessar-fogo permanente, caso Israel se retire completamente de Gaza.
Israel, prometendo que a guerra só poderá terminar quando o Hamas for eliminado, disse que planeja expandir sua campanha militar em Gaza, que foi devastada durante a guerra.
Os ataques do Hamas em outubro de 2023 mataram 1.200 pessoas e outras 251 foram levadas como reféns para Gaza, segundo dados israelenses. Ja a campanha de Israel matou mais de 52.800 palestinos, na maioria civis, conforme autoridades de saúde administradas pelo Hamas.