Hapvida (HAPV3) dispara até 10% mesmo após queda no lucro no 2T25; o que dizem os analistas?

Apesar dos números mais fracos no segundo trimestre de 2025 (2T25), as ações da Hapvida (HAPV3) saltam e lideram os ganhos do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (14).
Por volta de 11h (horário de Brasília), HAPV3 subia 6,14%, a R$ 37,02. Na máxima intradia, os papéis atingiram avanço de 10,15% (R$ 38,42). Acompanhe o Tempo Real.
A operadora de saúde registrou um lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões entre abril e junho, declínio de 69,6% ante a mesma etapa do ano passado, com menor desempenho operacional.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa caiu 26,6% no trimestre, para R$ 703,3 milhões. Excluindo um impacto não recorrente do ReSUS, o Ebitda caiu 1,6% ano a ano, para R$ 905,4 milhões, afirmou a empresa.
Analistas, em média, esperavam um lucro de R$ 223,7 milhões e um Ebitda de R$ 837,7 milhões para a operadora de saúde no trimestre de abril a junho, segundo pesquisa da LSEG.
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O que impulsiona as ações, segundo os analistas
Os analistas, em geral, avaliaram o balanço da operadora de saúde como neutro, mas com destaque positivo para as adições líquidas entre abril e junho deste ano.
A companhia registrou a “entrada” de 58 mil membros em planos de saúde, superando a previsão do mercado e acima dos 25 mil reportados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Na avaliação do Safra, isso reflete a recuperação comercial após os desafios sazonais do primeiro trimestre (1T15), “impulsionada pelo forte desempenho no segmento corporativo, com maiores vendas e taxas de cancelamento estáveis”.
Para o banco, o Ebitda ajustado também superou levemente tanto suas estimativas quanto do consenso.
Lucro da Hapvida foi impactado por efeitos não-recorrentes
“Embora o Ebitda ajustado tenha ficado um pouco acima das nossas expectativas, houve diferenças significativas nas linhas de custo e despesa devido a uma reclassificação implementada pela empresa”, disseram os analistas Ricardo Boiati, Thiago Marmo e Rafael Une em relatório.
Já para o BTG Pactual, a linha do Ebitda foi “bastante” afetada pelo impacto — já esperado — das cobranças retroativas da ANS relacionadas a serviços do Sistema Único de Saúde (ReSUS). Sem o ajuste, os analistas afirmam que a métrica teria ficado “amplamente” em linha com as estimativas do banco.
Os analistas ainda afirmaram que o aumento sequencial expressivo nas despesas financeiras líquidas — também afetadas por alguns efeitos não recorrentes — levou a um lucro bem abaixo do esperado.
“Apesar do impacto no lucro líquido, não esperamos revisões relevantes para baixo no consenso”, escreveram os analistas Bruno Henriques, Luis Mollo e Marcel Zambello em relatório.
“Apesar do caráter ‘poluído’ dos números, o trimestre mostrou melhorias operacionais positivas: sinistralidade sob controle, em linha com a sazonalidade histórica, sólido crescimento do ticket médio, avanço no crescimento orgânico, redução em despesas gerais e administrativas e sinais de estabilização nas questões judiciais”, acrescentou a equipe.
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É hora de comprar Hapvida?
Na avaliação do Bradesco BBI, as ações HAPV3 estão sendo negociadas com um valuation “atrativo”, além de melhores perspectivas de crescimento e com a reversão da tendência negativa nas adições líquidas.
O BTG Pactual também compartilha da visão de que os papéis estão descontados, mas os analistas afirmam que a capacidade de execução será determinante para destravar o valor.
“Os principais catalisadores seguem sendo a manutenção do crescimento orgânico e avanços (ou estabilização) nos depósitos judiciais”, diz o banco em relatório.
Já o Safra destaca que, apesar da atratividade das ações, a tendência atual de resultados é inferior a de outras operadoras de saúde.
Os analistas do banco também continuam a observar um ambiente regulatório desafiador — com a Hapvida entre as empresas mais expostas na cobertura do banco.
Confira as recomendações que o Money Times teve acesso:
Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo | Potencial de valorização* |
---|---|---|---|
Bradesco BBI/Ágora | Compra | R$ 48,00 | 37,61% |
BTG Pactual | Compra | R$ 67,50 | 93,52% |
Itaú BBA | Compra | R$ 61,00 | 74,89% |
Safra | Neutra | R$ 45,00 | 29,01% |
Santander | Compra | R$ 54,00 | 54,82% |
XP | Compra | R$ 96,00 | 175,23% |
*Potencial de valorização em relação ao preço de fechamento da última quarta-feira (13)