Heineken anuncia venda menor de cerveja em 2025; Brasil cai acima de dois dígitos

A cervejaria holandesa Heineken alertou nesta quarta-feira (22) que suas vendas de cerveja em 2025 irão cair, à medida que os desafios macroeconômicos se agravam, rebaixando ainda mais suas projeções de volume em relação ao trimestre anterior, uma revisão pela qual já havia sido penalizada.
A segunda maior cervejaria do mundo, junto com suas concorrentes, vem enfrentando dificuldades há anos para restaurar o crescimento fraco de volumes. Embora as cervejarias tenham conseguido em grande parte compensar as quedas com aumentos de preços, os investidores estão cada vez mais focados na quantidade de cerveja vendida.
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As ações da Heineken caíram mais de 8% em julho quando a empresa alertou que os volumes anuais ficariam estáveis, ao invés de crescer. Nesta quarta-feira, afirmou que espera que o volume “caia modestamente” em 2025.
O lucro operacional orgânico anual também ficará na extremidade inferior da faixa prevista anteriormente, de 4% a 8%, informou a cervejaria.
O CEO da Heineken, Dolf van den Brink, afirmou que a volatilidade macroeconômica se tornou mais acentuada no terceiro trimestre.
“Esperamos que a demanda se recupere quando as condições se normalizarem”, disse ele em comunicado.
Analistas já esperavam que o lucro anual subisse 3,9%, com os volumes caindo 1,8%, de acordo com um consenso compilado pela própria empresa.
Como resultado, o comentário da Heineken sobre o desempenho anual pode ser recebido positivamente, disse Laurence Whyatt, analista do Barclays.
“Todas as notícias negativas já eram esperadas. E, na verdade, esperava-se que fossem piores”, afirmou.
As ações da Heineken subiram quase 1% nas negociações iniciais.
Queda generalizada
As cervejarias em geral enfrentam declínios de vendas no longo prazo em alguns mercados devido a preocupações crescentes com a saúde, ao surgimento de alternativas à cerveja e até ao avanço de medicamentos para perda de peso.
No entanto, a Heineken afirmou que os principais desafios no trimestre, incluindo baixa demanda na América Latina e Europa, são de natureza temporária.
O sentimento do consumidor foi abalado por tensões comerciais em mercados-chave como o Brasil, onde o volume de remessas caiu em dois dígitos médios (entre 10% e 20%), e a empresa ainda luta para recuperar espaço nas prateleiras em sua região de origem, após uma disputa de preços com varejistas.
Apesar disso, a Heineken também relatou ganhos de participação de mercado no Brasil e no México, além de um desempenho forte em mercados anteriormente difíceis, como o Vietnã.
A empresa registrou uma queda de 0,3% na receita líquida do terceiro trimestre, superando ligeiramente as expectativas dos analistas, que previam uma queda de 0,8%. Já a queda de 4,3% no volume ficou amplamente em linha com as previsões.