Telecomunicações

Huawei lidera corrida para 5G de US$ 170 bilhões na China

22 abr 2020, 12:25 - atualizado em 22 abr 2020, 12:25
Huawei
“Pequim quer que as empresas chinesas liderem esta corrida para inovar além do 5G.” (Imagem: Reuters/Ints Kalnins)

A Huawei Technologies desponta como vencedora na iniciativa de US$ 170 bilhões da China para construir redes sem fio de quinta geração, parte de um esforço conjunto do governo de Pequim para conquistar a liderança em uma tecnologia-chave na corrida contra os EUA, enquanto recupera a economia atingida pelo coronavírus.

Desde janeiro, a Huawei fechou contratos avaliados em 28,4 bilhões de yuans (US$ 4 bilhões) com pedidos de equipamentos 5G para a China Mobile, maior operadora do país, superando concorrentes como Ericsson e ZTE ao ganhar mais da metade dos contratos 5G concedidos pela empresa no período, segundo análise dos dados de compras pela Bloomberg News.

A Huawei se apoia no mercado doméstico mais do que nunca já que o crescimento da empresa praticamente evaporou.

Os contratos 5G mostram que a Huawei tem se beneficiado do mercado doméstico e desenvolvido experiência em telecomunicações, apesar de ter sido incluída na lista negra do governo Trump no ano passado.

O governo de Pequim tem defendido vigorosamente a Huawei, e as três operadoras de telefonia móvel do país – todas financiadas pelo estado – aumentaram o apoio por meio de contratos de rede.

Embora a China tente há anos assumir a liderança em 5G, o esforço assumiu maior urgência depois que o coronavírus causou a primeira retração econômica do país em décadas. Em reunião com autoridades em março, o presidente chinês Xi Jinping destacou a importância da tecnologia para reativar a economia.

Semanas depois, a agência reguladora de telecomunicações do país disse que a China “fará todos os esforços” para acelerar a expansão da cobertura 5G.

“O foco em construções, aparelhos celulares e outras métricas esquece o fato de que o 5G será uma plataforma em que empresas chinesas inovadoras, como Alibaba, Tencent, Baidu, e um grupo de novos unicórnios de tecnologia poderão criar aplicativos e utilidades”, disse Paul Triolo, responsável por política global de tecnologia do Eurasia Group.

“Pequim quer que as empresas chinesas liderem esta corrida para inovar além do 5G.”

Mais projetos estão no horizonte. A China reservou 1,2 trilhão de yuans para construir redes 5G nos próximos cinco anos, criando diretamente mais de 3 milhões de empregos em setores relacionados, de acordo com a Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicações, um think tank do governo.

O analista de telecomunicações do IDC, Cui Kai, disse que o investimento em 5G continuará subindo e atingirá o pico em 2022 ou 2023.

Em 2020, as três operadoras de telecomunicações estatais da China gastarão um total de 180 bilhões de yuans em projetos relacionados ao 5G, incluindo estações-base e smartphones. China Telecom e China Unicom ainda vão anunciar os resultados das licitações.

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