Hypera (HYPE3) cai quase 4% após resultado, com melhora em capital de giro afetando receita

As ações da Hypera (HYPE3) caíram 3,74% (R$ 24,44) desta quinta-feira (7), após a companhia divulgar, na noite dessa quarta-feira (6) seu resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25). Na última linha, do lucro líquido, a farmacêutica registrou uma queda de 13,4% no número, para R$ 426 milhões.
O BTG Pactual, em relatório assinado por Samuel Alves, destaca que a Hypera trouxe melhorias em seu balanço — com destaque para a margem Ebitda, que voltou para o patamar de 30% a 35%.
As medidas tomadas pela empresa a partir do terceiro trimestre de 2024, com foco em melhoria do capital de giro, no entanto, impactaram também a receita da empresa, que caiu 1,6%, para R$ 2,1 bilhões.
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A Hypera vem reduzindo aportes em capital de giro, diminuindo estoques nos clientes e o prazo de contas a receber, focando em margens melhores.
“A receita líquida recuou 1,6% no ano, para R$ 2,15 bilhões, refletindo a otimização de capital de giro (especialmente no prazo de recebíveis mais curto) e o desempenho mais fraco no segmento institucional, devido à menor venda ao setor público”, fala o banco.
“O mais relevante é que a Hypera destacou alta média de 8,4% no ano no sell-out de varejo em maio, junho e julho, uma melhora significativa em relação a abril”, acrescenta.
A XP vai no mesmo caminho, destacando os impactos decorrentes dos ajustes de capital de giro. “Observamos que os retornos voltaram aos níveis históricos, enquanto os descontos promocionais se mantiveram estáveis na sequência, porém com impacto muito menor devido à receita”, diz a equipe da corretora, encabeçada por Raphael Elage.
O analista também destaca que o custo de mercadorias vendidas em caixa, em relação à receita, aumentou, principalmente devido a uma piora no mix de vendas durante o processo de otimização do capital de giro.
“Isso foi mais do que compensado pela melhora nas despesas em caixa, especialmente em vendas e administrativas, enquanto o marketing aumentou para apoiar o crescimento do sell-out do portfólio de marcas”, pontua Elage.
O BTG encerra sua análise destacando que a Hypera trouxe um fluxo de caixa menor no 2T25, por conta da queda do Ebitda (que foi de R$ 725,4 milhões, contra R$ 755,1 milhões um ano antes) e pelo aumento do Capex. A dívida líquida também cresceu, para R$ 7,7 bilhões, contra R$ 7,4 bi no 1T25, implicando em um múltiplo de alavancagem de 6x.
“Em termos de capital de giro, embora os dias de recebíveis tenham melhorado (agora em 60 dias, contra 120 há dois trimestres), os estoques ainda não mostraram melhora relevante”, fala o banco. “Resultado foi neutro, mas com viés positivo. Esperamos as tendências de fluxo de caixa e saudamos a conclusão da reviravolta”.
O BTG está neutro com a HYPE, com preço-alvo fixado em R$ 26. A XP vai no mesmo caminho, com preço-alvo em R$ 28,40.