Hypera (HYPE3): Ação está barata, mesmo após alta de 56%, diz Itaú BBA

As ações da Hypera (HYPE3) acumulam uma alta de 56% em 2025, e esse rali motivou o Itaú BBA a revisar sua tese de investimento sobre a companhia. Segundo o banco, a possível entrada da companhia no mercado de genéricos da semaglutida (Ozempic) pode impulsionar ainda mais as ações.
O BBA elevou a recomendação do papel de “market perform” para “outperform” (de “neutra” para “compra”) e aumentou o preço-alvo para R$ 35, o que representa um potencial de valorização de 26% sobre a cotação de quarta-feira (18).
Segundo os analistas, o otimismo reflete uma combinação de três fatores: a melhora no momento dos lucros, valuation ainda descontado e uma nova via de crescimento com os genéricos da classe GLP-1, usados no tratamento de diabetes e obesidade.
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“Mesmo com premissas conservadoras para 2026, enxergamos um ponto de entrada atrativo para HYPE nos níveis atuais”, destacam os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio.
O Itaú BBA ressalta que a revisão para cima da recomendação acontece após a companhia finalizar, no 1T25, um importante ciclo de otimização do capital de giro, o que deve destravar retornos mais robustos a partir de agora.
Esse ajuste deve alinhar o crescimento da receita líquida às vendas reais no varejo (sell-out), o que, segundo o banco, reduz distorções contábeis e melhora a leitura do desempenho operacional.
Crescimento no varejo farmacêutico
Após um período de crescimento mais tímido, a Hypera tem mostrado sinais de retomada nas vendas. Dados do IDAT, índice do próprio Itaú que acompanha transações em farmácias no Brasil, apontaram aceleração de 11% nas vendas em maio, frente a 4% em abril.
Essa melhora, combinada com menor necessidade de investimentos em marketing e alavancagem operacional, deve contribuir para expansão de margem ainda em 2024.
Outra frente de crescimento vem do possível lançamento de genéricos da classe GLP-1, como semaglutida (Ozempic) e liraglutida (Saxenda). Com a expiração de patentes em 2026, o Itaú estima que a entrada da Hypera nesse mercado possa adicionar R$ 476 milhões à receita líquida em 2027, além de R$ 190 milhões em Ebitda, o equivalente a 4% e 5% de incremento, respectivamente.
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A companhia deve sair na frente, graças a uma parceria exclusiva com uma farmacêutica indiana, o que pode garantir posicionamento competitivo no início dessa nova onda.
Segundo os analistas, mesmo após a forte valorização no ano, a ação ainda negocia com múltiplos inferiores à média do setor, o que significa que a ação está barata.
Além disso, o banco destaca que uma decisão recente do STJ, que favorece a retirada de benefícios fiscais de ICMS da base de cálculo de impostos, diminui os riscos jurídicos e traz mais clareza sobre o lucro da empresa.
“Ainda com hipóteses conservadoras, como crescimento de sell-out de 8% ao ano e corte de 3% na base de comparação de 2023, o valuation mostra um bom ponto de entrada”, reforça o relatório.