Ibovespa recua com forte queda de Wall Street e tombo de Hapvida (HAPV3); dólar avança
O Ibovespa (IBOV) até tentou retomar o ritmo de ganhos, mas o tom misto das ‘blue chips’ e a derrocada dos índice de Wall Street pressionaram. Com isso, o índice engatou a segunda queda consecutiva.
Nesta quinta-feira (13), o Ibovespa terminou as negociações com queda de 0,30%, aos 157.162,43 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,2983 com alta de 0,10%.
No cenário doméstico, os investidores dividiram as atenções com novos dados macroeconômicos.
As vendas no varejo caíram 0,3% em setembro sobre agosto, em dado com ajuste sazonal, e avançaram 0,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (13).
A expectativa segundo o consenso da Reuters era de alta de 0,3% na comparação mensal e de avanço de 2,0% sobre um ano antes.
Na avaliação do Itaú BBA, os resultados mais fracos de vendas no varejo encerram o ciclo de dados do terceiro trimestre confirmando a desaceleração da atividade econômica.
O Ministério da Fazenda também revisou para baixo as previsões para o crescimento do país e para a inflação neste ano, em meio a uma política restritiva de juros do Banco Central.
Segundo o boletim da Secretaria de Política Econômica (SPE), a pasta econômica reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2,2% neste ano, contra previsão de 2,3% feita em setembro. Para 2026, a estimativa de crescimento foi mantida em 2,4%.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 com alta de 4,6%, ante avanço de 4,8% na projeção de setembro. Para 2026, o ministério prevê que a inflação será de 3,5%, contra 3,6% estimados anteriormente, “atingindo 3,2% no segundo trimestre de 2027, horizonte relevante de política monetária”.
A meta do BC para a inflação é 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Hapvida (HAPV3) derreteram mais de 40% em reação ao balanço terceiro trimestre (3T25). Os números da operadora de saúde decepcionaram os analistas, com destaque para a queima de fluxo de caixa livre no período. Os papéis também lideraram as perdas do mercado brasileiro.
O JP Morgan e o BB Investimentos rebaixaram as recomendações da HAPV3 de compra para neutra e o BTG Pactual cortou o preço-alvo em cerca de 33%.
Ainda na ponta negativa, os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) também figurou entre as maiores quedas com os investidores digerindo os números do 3T25. Em geral, os analistas avaliaram os resultados ‘fracos’, mas em linha com o esperado. Os segmentos de crédito individual e agropecuário foram os destaques negativos.
Já a ponta positiva foi liderada por MRV(MRVE3). O BTG Pactual avaliou que os números consolidados vieram em linha com as estimativas, com a recuperação de margens no Brasil compensada por desempenho mais fraco da Resia, subsidiária nos Estados Unidos, e maiores despesas financeiras.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram em forte queda. Os investidores voltaram a operar mais cautelosos com o setor de tecnologia e mudanças nas expectativas sobre a política monetária após declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed).
O shutdown mais longo da história chegou ao fim e o mercado agora precifica os impactos da paralisação do governo.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -1,65%, aos 47.457,22 pontos;
- S&P 500: -1,66%, aos 6.737,49 pontos;
- Nasdaq: -2,29%, aos 23.870,35 pontos.
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Na Europa, os mercados também fecharam em queda. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou com baixa de 0,61%, aos 580,67 pontos.
Na Ásia, os índices encerraram em tom positivo com o fim do shutdown nos EUA. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,43%, aos 51.281,83 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve ganho de 0,56%, aos 27.073,03 pontos.