Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e acumula alta de 2% na semana; dólar tem leve queda a R$ 5,29
O Ibovespa (IBOV) retomou o ritmo de ganhos e encostou nos 158 mil pontos após duas sessões de correção. O avanço foi patrocinado pela forte valorização do petróleo no mercado internacional e recuperação dos índices de Wall Street.
Nesta sexta-feira (14), o Ibovespa terminou as negociações com alta de 0,37%, aos 157.738,69 pontos. Na semana, o índice acumulou valorização de 2,39%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,2973 com leve queda de 0,02%. No acumulado das últimas cinco sessões, a divisa recuou 0,73% ante o real.
No cenário doméstico, os investidores acompanharam as movimentações corporativas, com destaque para os resultados trimestrais.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da MBRF (MBRF3) lideraram os ganhos com salto de mais de 10%.
Braskem (BRKM5) também avançou e tocou a cotação R$ 8 após 35 pregões com expectativa de um acordo entre bancos e a Novonor para a venda do controle da petroquímica à gestora IG4 Capital.
Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3; PETR4) saltou mais de 1% — e deu apoio ao Ibovespa. Os papéis da estatal avançaram na esteira do forte desempenho do petróleo e expectativas da divulgação do novo plano de negócios.
Já Vale (VALE3) encerrou a sessão em queda, na contramão do minério do ferro. A mineradora foi pressionada pela condenação da BHP na Justiça inglesa pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana–MG, operada pela Samarco (joint venture entre Vale e BHP) em 2015.
A companhia brasileira anunciou a provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras de 2025 para cumprir com obrigações.
A ponta negativa, porém, foi liderada por Yduqs (YDUQ3) em reação ao balanço do terceiro trimestre (3T25). Os analistas avaliaram os números da educacional como “razoavelmente” em linha com as expectativas.
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Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%.
Exterior
Os índices de Wall Street recuperaram parte das perdas da sessão anterior e encerraram sem direção única.
Os investidores reagiram a novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), que aumentaram as apostas de manutenção dos juros em dezembro.
O presidente da unidade do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) de Kansas City, Jeffrey Schmid, disse que suas preocupações com a inflação “muito quente” vão muito além dos efeitos restritos das tarifas.
Segundo ele, o esfriamento observado no mercado de trabalho dos EUA se deve a mudanças estruturais que não podem ser apoiadas por taxas de juros mais baixas e, na leitura do dirigente, os cortes nos juros poderão prejudicar a convergência da inflação à meta de 2% do Fed.
“Essa foi a justificativa que me levou a discordar do corte das taxas na última reunião e que continua a guiar meus pensamentos na reunião de dezembro”, disse Schmid. Ele foi um dos dissidentes que votaram contra a redução da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00%, na decisão do Fed de outubro.
Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, indicava 54,1% de chance de o BC manter os juros na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Já a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual era de 45,9%.
Por outro lado, o alívio foi dado pelo reagendamento dos indicadores atrasados após o ‘shutdown‘. Hoje (14), o Departamento de Estatística do Trabalho do país, conhecido pela sigla BLS, informou que divulgará o relatório sobre a situação do emprego referente ao mês de setembro na próxima quinta-feira (20), em 20 de novembro.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -0,65%, aos 47.147,48 pontos;
- S&P 500: -0,05%, aos 6.734,11 pontos;
- Nasdaq: +0,13%, aos 22.900,58 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam em queda, estendendo as perdas da sessão anterior em meio ao temor de uma ‘bolha’ da inteligência artificial e incertezas sobre a política monetária dos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou com baixa de 0,61%, aos 580,67 pontos. Apesar da baixa, o saldo semanal foi positivo, sendo o melhor desempenho desde o final de setembro.
Na Ásia, os índices também encerraram em tom negativo. O índice Nikkei, do Japão, caiu 1,77%, aos 50.376,53 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve perda de 1,85%, aos 26.572,46 pontos.