Mercados

Ibovespa tem leve alta com expectativa de negociações com os EUA; dólar cai a R$ 5,55

15 jul 2025, 17:20 - atualizado em 15 jul 2025, 18:09
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O Ibovespa interrompeu a sequência de quedas após 6 dia de baixas com expectativas de negociações tarifárias com os EUA (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) interrompeu a sequência de perdas com expectativas de negociações com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre “tarifaço” imposto aos produtos brasileiro.

Nesta terça-feira (15), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve alta de 0,04%, aos 135.250,10 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5581, com queda de 0,47%

No cenário doméstico, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, iniciou a rodada de reuniões do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais com setores mais afetados pela tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros à importação nos Estados Unidos.

Alckmin afirmou que o governo vai trabalhar para reverter “o mais rápido possível” o ‘tarifaço’ de Trump, em entrevista a jornalistas após as reuniões. Ele acrescentou que o pedido de ampliação de prazo para as tratativas foi apresentado por representantes da indústria.

Os investidores locais também dividiram as atenções com a audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo sobre a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mediada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), desistiu de participar da audiência e será representado pela advogada-geral do Senado, Gabrielle Tatih Pereira.

De acordo com a ata da reunião divulgada pelo STF, o Senado pediu um prazo maior para a continuidade das negociações. A audiência encerrou sem acordo e a decisão sobre o impasse do tributo será do ministro Alexandre de Moraes.

Altas e quedas no Ibovespa

A ponta negativa do Ibovespa foi liderada por MRV (MRVE3). Os papéis iniciaram a sessão em alta, mas inverteram o sinal com os investidores avaliando os números da prévia operacional.

A construtora surpreendeu positivamente nos lançamentos e vendas do segundo trimestre de 2025, mas o fluxo de caixa ainda frágil voltou a ser um motivo de preocupação.

O destaque entre as quedas, porém, foi Vale (VALE3). Os papéis da mineradora estenderam as perdas da véspera e destoaram do desempenho do minério de ferro.

Ainda entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) fechou em nova queda com o petróleo. Os contratos futuros do Brent, com vencimento em setembro, fecharam com queda de 0,72%, a US$ 68,71 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. 

Já a ponta positiva foi liderada por CVC (CVCB3). Os papéis da companhia de turismo foram impulsionados pelas expectativas sobre o resultado do segundo trimestre (2T25) e ignorar a abertura da curva de juros brasileira. O balanço do 2T25 será divulgado em 12 de agosto.

Exterior 

Os índices de Wall Street encerraram a sessão sem direção única com dados de inflação, negociações comerciais e temporada de balanços no radar. Com apoio de Nvidia (NVDA), Nasdaq renovou o recorde de fechamento nominal histórico. Também durante a sessão, o S&P 500 superou os 6.300 pontos pela primeira vez.

Os investidores reagiram a novos dados de inflação nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) subiu 0,3% em junho, elevando a taxa de inflação anual para 2,7%, em linha com a expectativa do mercado.

Embora o CPI não seja a referência inflacionária para o  Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), o dado ajuda a calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros dos EUA.

Após o dado, o mercado reduziu as apostas de corte nos juros na reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed.

A chance de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano,  em setembro caiu de 58,9% (ontem) para 52,4%. Apesar da redução, o mês segue como o mais provável para início do ciclo de afrouxamento monetário.

Já no final da tarde, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um acordo comercial com a Indonésia. O país asiático terá uma taxa de 19% sobre os produtos à importação no território dos EUA. A taxa anterior era de 32% com vigência a partir de 1º de agosto.

Os investidores também reagiram aos resultados corporativos no segundo trimestre deste ano. Os grandes bancos como o Citigroup e o JP Morgan iniciaram a temporada nesta terça-feira (15).

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: -0,98%, aos 44.022,89 pontos;
  • S&P 500: -0,40%, aos 6.243,76 pontos; 
  • Nasdaq: +0,18%, aos 20.677,80 pontos — no maior nível nominal histórico.

Na Ásia, os índices tiveram uma sessão positiva e fecharam em alta com dados da economia chinesa e as ações de tecnologia. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,55%, e o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,60%.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 5,2% no segundo trimestre, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas da China.

O resultado superou a previsão de crescimento de 5,1% feita por economistas consultados pela Reuters. No entanto, o último dado é mais fraco do que o crescimento de 5,4% registrado no primeiro trimestre .

No setor de tecnologia, o tom positivo foi impulsionado com a notícia de que a Nvidia (NDVA) deve retomar as vendas de suas unidades de processamento gráfico H20 para a China.

Na Europa, os mercados encerraram em queda com as negociações comerciais com os EUA no radar. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 0,37%, aos 544,95 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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