Ibovespa fecha estável em meio a ‘cabo de guerra’ entre Banco do Brasil (BBAS3) e Petrobras (PETR4); dólar cai a R$ 5,39

O Ibovespa (IBOV) completou a terceira sessão consecutiva de quedas com pressão dos ‘pesos-pesados’.
Nesta sexta-feira (15), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve baixa de 0,01%, aos 136.340,77 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 0,31%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3980, com queda de 0,35%. A divisa teve desvalorização de 0,70% ante o real no acumulado da semana.
No cenário doméstico, os investidores dividiram as atenções nos balanços corporativos do segundo trimestre (2T25) marcando o fim da temporada, e as movimentações no exterior.
Altas e quedas no Ibovespa
Os balanços do segundo trimestre continuaram a determinar as altas e quedas do Ibovespa. No encerramento da temporada de balanços, Marfrig (MRFG3) liderou os ganhos do principal índice da bolsa brasileira em reação aos resultados. A ação subiu mais de 8%.
O Itaú BBA viu os resultados da Marfrig em linha com as projeções e destacou que as discussões estão agora “totalmente focadas nas perspectivas da plataforma MBRF”.
A fusão com a BRF é vista como um movimento transformacional, com potencial para quase dobrar o lucro por ação, gerar mais de R$ 805 milhões anuais em sinergias e capturar R$ 3 bilhões em benefícios fiscais, segundo a Genial.
O destaque da ponta positiva, porém, foi Banco do Brasil (BBAS3). Apesar da queda de 60% no lucro líquido na comparação anual e a percepção de um resultado mais fraco do que o esperado com consenso negativo dos analistas, as ações terminaram em alta com expectativas de melhoria dos resultados no final de 2025.
Já as ações da Embraer (EMBR3) lideraram a ponta negativa, em movimento de realização dos ganhos recentes.
Entre os pesos-pesados, a Petrobras (PETR3; PETR4) fechou em queda pela quarta sessão consecutiva e na esteira do desempenho do petróleo Brent — que fechou em baixa de 1,48%, a US$ 65,85 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Vale (VALE3) também encerrou em tom negativo acompanhando a baixa de mais de 1% do minério de ferro em Dalian, na China.
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Na semana, BTG Pactual (BPAC11) foi a ação com melhor desempenho, impulsionada pelos resultados do 2T25. Já Raízen (RAIZ4) registrou a maior queda acumulada entre os papéis negociados na carteira teórica do Ibovespa.
Os índices de Wall Street encerraram sem direção com atenções concentradas no encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca. A cúpula teve início por volta de 16h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (15).
Os investidores também reagiram a dados econômicos. As vendas no varejo subiram 0,5% no mês passado, em linha com as expectativas dos economistas consultados pela Reuters. As vendas no varejo, excluindo automóveis, subiram 0,3%, também dentro do consenso.
Já o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan caiu para 58,6 em agosto, de 61,7 no mês passado, devido a preocupações com a inflação.
Mesmo com os dados mistos, o mercado consolidou as apostas de corte nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) na próxima reunião, em setembro, em um movimento iniciado na última terça-feira (12) em reação ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) abaixo do esperado.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,08%, aos 44.946,12 pontos;
- S&P 500: -0,29%, aos 6.449,80 pontos;
- Nasdaq: -0,40%, aos 21.622,97 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em tom positivo. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, teve alta de 0,71% e renovou o recorde histórico nominal aos 43.378,31 pontos após o PIB do país crescer 0,3% no segundo trimestre, superando as expectativas do mercado. O Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,37%.
Na Europa, os mercados encerram em queda à espera do encontro entre Trump e Putin. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,06%, aos 553,56 pontos.