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Ibovespa fecha em queda com Banco do Brasil (BBAS3), mas saldo da semana é positivo; dólar cai a R$ 5,66

16 maio 2025, 17:20 - atualizado em 16 maio 2025, 18:25
Day Trade, Investimentos, Mercados, Empresas
Ibovespa encerrou em queda após renovar recorde na véspera; o desempenho foi pressionado pela derrocada das ações do Banco do Brasil (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A temporada de balanços corporativos do primeiro trimestre de de 2025 (1T25) chegou ao fim com a derrocada das ações do Banco do Brasil (BBAS3) e o Ibovespa (IBOV) se afastando do recorde. As perdas foram limitadas pelo avanço dos “pesos-pesados” de commodities e o tom positivo dos índices de Wall Street.

Nesta sexta-feira (16), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 139.187,39 pontos, com leve queda de 0,11%. Na semana, o Ibovespa avançou 1,96%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6695, com queda de 0,16% ante o real. No acumulado da semana, a moeda teve alta de 0,26%. 

No cenário doméstico, preocupação com o fiscal seguiu no radar. Os economistas consultados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projetam que o governo entregará um resultado primário com déficit de R$ 72,687 bilhões em 2025, ante a estimativa anterior de R$ 73,7 bilhões, segundo o Boletim Prisma Fiscal. Apesar da melhora, o número está distante da meta fixada de déficit zero para este ano.

Já para 2026, os economistas elevaram a projeção de R$ 78,2 bilhões para R$ 80,690 bilhões de déficit primário — enquanto a meta é de  superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também confirmou a primeira detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), chamada de gripe aviária, em uma granja comercial, levantando a possibilidade de restrições por parte de parceiros comerciais. A detecção ocorreu no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

Como consequência, a China e a Argentina suspenderam as importações de carne de frango temporariamente.

Altas e quedas no Ibovespa 

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) lideraram a ponta negativa do Ibovespa e figuraram como o papel mais negociado no mercado acionário brasileiro. Durante a sessão, BBAS3 chegou a cair quase 15% em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25).

O lucro líquido ajustado do banco recuou 20,7% na base anual, de R$ 7,3 bilhões, entre janeiro e março deste ano. É o primeiro recuo dos números após 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro. Além disso, foi o único, entre os grandes bancos, a apresentar redução.

A financeira também suspendeu a divulgação das projeções (guidance) de lucro, margem financeira bruta e custo de crédito.

Já a ponta positiva foi liderada por Marfrig (MRFG3), com a a eventual fusão da Marfrig com a BRF (BRFS3). Ontem (15), as duas companhias anunciaram um acordo de combinação dos negócios — com criação da MBRF — e expectativa é de que o fechamento da transação aconteça no início do segundo semestre deste ano. Os números do balanço do 1T25 ficaram em segundo plano.

Os analistas do Bradesco BBI e da XP afirmaram que os termos propostos no acordo entre as companhias parecem beneficiar os acionistas da Marfrig mais diretamente.

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) recuperou as perdas das sessões anteriores e fechou em alta com o avanço de mais de 1% do petróleo Brent. As ações da Vale (VALE3) também encerraram em tom positivo, estendendo os ganhos da véspera.

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Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street encerraram a sessão e a semana em tom positivo com o alívio nas tensões comerciais e acordo dos Estados Unidos no Oriente Médio.

O presidente Donald Trump terminou a viagem nesta sexta-feira (16) e o saldo foi positivo, na visão de analistas. Entre as parcerias, a Casa Branca fez uma parceria com os Emirados Árabes Unidos para a construção de um enorme campus de inteligência artificial. “Estamos fazendo um grande progresso para os US$1,4 trilhão que os Emirados Árabes Unidos anunciaram que pretendem gastar nos EUA”, disse Trump.

O presidente norte-americano também afirmou que autoridades do país enviarão cartas a países parceiros nas próximas semanas

Já na seara de dados econômicos, o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu para 50,8 neste mês, em comparação com a leitura final de 52,2 em abril. Os economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria para 53,4. As expectativas de inflação para 12 meses saltaram para 7,3%, de 6,5% em abril.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • Dow Jones: +0,78%, aos 42.654,74 pontos;
  • S&P 500: +0,70%, aos 5.958,38 pontos; 
  • Nasdaq: +0,52%, aos 19.211,10 pontos.

Na semana, o S&P 500 subiu 5%, com cinco sessões de ganhos consecutivos. O Nasdaq avançou mais de 6% e o Dow Jones teve ganho semanal de 3%.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.