Mercados

Ibovespa tem leve alta com tensão entre Brasil e EUA no radar; dólar cai a R$ 5,47

20 ago 2025, 17:27 - atualizado em 20 ago 2025, 17:32
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O Ibovespa terminou em leve alta com a recuperação dos bancos em meio a avaliação dos efeitos da decisão do STF sobre leis estrangeiras (Imagem: Bigc Studio/ Canva Pro)

O Ibovespa (IBOV) tentou reverter o ‘tombo’ da véspera com leve recuperação das ações dos bancos, enquanto os investidores avaliaram a decisão sobre a vigência da Lei Magnitsky e um eventual aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil.

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Nesta quarta-feira (20), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve alta de 0,17%, aos 134.666,46 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4729, com queda de 0,51%

No cenário doméstico, os investidores seguiram atentos aos possíveis desdobramentos da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinar que leis e decisões estrangeiras não podem afetar cidadãos, empresas ou bens no Brasil em relação a atos realizados no país.

Em entrevista à Reuters, Alexandre de Moraes, também ministro do STF, afirmou que tribunais brasileiros podem punir os bancos nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta a ordens norte-americanas.

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Moraes ainda disse que espera uma mudança de postura do presidente dos EUA, Donald Trump, para reverter as sanções impostas contra ele.

Altas e quedas no Ibovespa

As ações dos bancos, que recuaram mais de 3% na véspera, ensaiaram uma breve recuperação e deram um leve alívio ao Ibovespa (IBOV).

Ainda em reação à decisão do ministro do STF, Flávio Dino, a presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, afirmou que a instituição segue a legislação brasileira, mas também obedece as leis dos mais de 20 países onde atua, ressaltando que o banco segue forte e robusto, em seminário  do Ministério da Fazenda sobre governança na gestão pública.

Os papéis BBAS3 terminaram a sessão com leve alta e figuraram como os mais negociados na B3.

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Ainda entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR3; PETR4) fechou em tom positivo acompanhando a alta de mais de 1% do petróleo no mercado internacional.

A ponta positiva do índice foi liderada por GPA (PCAR3), em recuperação das perdas recentes, ainda com as mudanças no alto escalão da companhia no radar. Na semana passada, a varejista informou as renúncias de André Francez Nassar e Diego Xavier Mendes aos cargos de membro efetivo e membro suplente do Conselho Fiscal, respectivamente.

Azzas 2154 (AZZA3) encabeçou a ponta negativa do Ibovespa. Rumo (RAIL3) também foi um dos destaques entre as quedas após o Itaú BBA reduzir as projeções de resultados da companhia para 2025 e para 2026, diante da expectativa de maior pressão sobre as tarifas no frete ferroviário.

O banco também cortou a estimativa de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) para 2025 em 2% e para 2026 em 4%.

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Exterior 

Os índices de Wall Street fecharam sem direção única pelo terceiro dia consecutivo com nova pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).

Trump pediu a renúncia da diretora do Fed, Lisa Cook, após ela ser acusada de fraude hipotecária.

Os investidores ainda repercutiram a ata da mais recente reunião do Fed. Na última reunião, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano em uma decisão não unânime: Christopher Waller e Michelle Bowman discordaram da maioria e votaram em um corte de 25 pontos-base nos juros.

No documento, o Fomc, entre outros destaques, afirmou que é improvável que as tarifas comerciais anunciadas por Trump tenham efeitos persistentes sobre a inflação.

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Os investidores também ficaram à espera do Simpósio de Jackson Hole. O presidente do Fed, Jerome Powell, discursará no evento na próxima sexta-feira (22) e a expectativa é de que o chefe do BC dê pistas sobre os próximos passos da condução da política monetária.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: +0,04%, aos 44.938,31 pontos;
  • S&P 500: -0,24%, aos 6.395,78 pontos; 
  • Nasdaq: -0,67%, aos 21.172,85 pontos.

Na Ásia, os índices fecharam em alta, com exceção da bolsa do Japão após as exportações do país registrarem a maior queda mensal em cerca de quatro anos em julho. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 1,51%. O Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 0,17%.

Na Europa, os mercados terminaram o pregão sem direção única com as negociações para um cessar-fogo entre a Rússia e Ucrânia no radar. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,23%, aos 559,09 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.