Ibovespa recua com cenário eleitoral e tom negativo de Wall Street; dólar sobe a R$ 5,47

O Ibovespa (IBOV) voltou ao tom negativo com o aumento da aversão a risco com o cenário eleitoral e as tensões comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil.
Nesta quinta-feira (21), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve queda de 0,12%, aos 134.510,85 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4791, com alta de 0,11%.
No cenário doméstico, os investidores repercutiram a pesquisa Genial/Quaest, divulgada hoje pela manhã. No levantamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a disputa eleitoral do primeiro turno pela Presidência da República e abriu vantagem sobre os demais adversários em todos os cenários de segundo turno.
No levantamento das intenções de voto para o primeiro turno, Lula lidera com percentuais que variam entre 34% e 35% a depender do adversário.
Nos cenários de 2º turno, Lula também conseguiu se distanciar dos demais. Dentre os possíveis adversários do atual presidente, Tarcísio de Freitas é o que mais se aproxima. Lula tem 43%, enquanto Tarcísio registra 35%. Em julho, Lula estava empatado com o governador de São Paulo no limite da margem de erro em um eventual 2º turno.
A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 17 de agosto, com 12.150 entrevistas presenciais. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Altas e quedas no Ibovespa
As ações dos bancos continuaram a direcionar o Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (21). Em destaque, Banco do Brasil (BBAS3) foi o papel mais negociado da B3 e encerrou em queda após a instituição adiar o pagamento de dividendo aos acionistas.
O Safra também cortou o preço-alvo das ações do BB de R$ 26 para R$ 23. “O Banco do Brasil foi significativamente afetado pela contínua deterioração do crédito rural, o que levou a um aumento nas perdas de crédito esperadas (ECL) e a uma redução nas margens ajustadas ao risco do BB. Isso forçou uma grande revisão na sua previsão de lucros e uma redução na distribuição de lucros”, escreveram os analistas Daniel Vaz, Maria Guedes e Rafael Nobre, em relatório.
Ainda entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) fecharam em alta acompanhando o desempenho das commodities.
A ponta negativa do Ibovespa, porém, foi liderada por Yduqs (YDUQ3), pressionado pelos juros futuros. Além disso, o CEO da Cogna, Roberto Valerio, afirmou que a fusão da educacional com a Yduqs “faz sentido, mas está fora da mesa neste momento”, em entrevista ao E-Investidor.
Já Braskem (BRKM5) encabeçou a ponta positiva ainda com rumores de que a Petrobras pode elevar a participação na petroquímica.
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Exterior
Os índices de Wall Street fecharam em queda com a redução das apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) após declarações de dirigentes do BC e dados mistos.
Entre os dados, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos — que engloba os setores de manufatura e serviços —subiu 55,1 em julho para 55,4 em agosto, segundo dados preliminares da S&P Global. Esse é o maior patamar em oito meses.
O resultado ficou acima das expectativas dos economistas: o consenso era de queda para 54,5 no mês. PMIs acima de 50 indicam expansão da atividade econômica.
Por outro lado, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 11.000 – o maior aumento desde o final de maio – para 235.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 16 de agosto, informou o Departamento do Trabalho do país. Os economistas consultados pela Reuters previam 225.000 pedidos no período.
Os investidores também ficaram à espera do Simpósio de Jackson Hole. O presidente do Fed, Jerome Powell, discursará no evento amanhã(22) e a expectativa é de que o chefe do BC dê pistas sobre os próximos passos da condução da política monetária.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -0,34%, aos 44.785,50 pontos;
- S&P 500: -0,40%, aos 6.370,17 pontos;
- Nasdaq: -0,34%, aos 21.100,31 pontos.
Na Ásia, os índices sem direção. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 0,65% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,24%.
Na Europa, os mercados tiveram um dia de alta, mas próximo da estabilidade. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com estável, aos 559,07 pontos.