Ibovespa tem 2ª queda consecutiva com contenção de gastos e mudanças no IOF; dólar sobe a R$ 5,66

O Ibovespa (IBOV) estendeu as perdas da véspera (21), com atenções concentradas no cenário fiscal e instabilidade dos índices de Wall Street.
Nesta quinta-feira (22), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 137.272,59 pontos, com queda de 0,44%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6610, com alta de 0,33% ante o real.
No cenário doméstico, os investidores operaram em compasso de espera pela divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, com o quadro fiscal de 2025 e as projeções para 2026.
O governo federal confirmou um contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e bloqueio de outros R$ 10,6 bilhões, totalizando uma contenção de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, em meio aos esforços para o cumprimento da meta de resultado primário deste ano.
O valor veio acima do esperado pelo mercado. A expectativa era de um bloqueio entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões.
A cautela, porém, aumentou após a confirmação do aumento do Imposto sobre Operações Financeira (IOF) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe da pasta econômica não deu detalhes e apenas informou que o imposto “não vai incidir sobre dividendos no exterior”.
Em relação à gripe aviária, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que há nove investigações de suspeita de contaminação de influenza aviária no país, segundo a última atualização. Até agora, mais 30 destinos comerciais já impuseram algum tipo de suspensão temporária a importações de carne de frango brasileiras após a confirmação de um foco da influenza no Rio Grande do Sul no início da semana.
O Brasil responde por quase 40% das exportações globais de carne de frango.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam sem direção única, com cenário fiscal, declarações de dirigentes do Federal Reserve e dados econômicos.
Na manhã desta quinta-feira (22), a Câmara dos Representantes aprovou o projeto de lei que prevê corte de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas pelo governo. A proposta acrescentará cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do governo federal na próxima década, de acordo com o independente Escritório de Orçamento do Congresso.
A matéria segue agora para apreciação do Senado norte-americano e a expectativa é de que a votação aconteça até junho. Vale lembrar que o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s na última sexta-feira (16), acionou um alerta sobre a trajetória do endividamento norte-americano.
Também hoje (22), o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, disse que ainda vê caminho para cortes na taxa de juros neste ano. “Se conseguirmos reduzir as tarifas para perto de 10% e tudo isso for selado, concluído e entregue em algum lugar até julho, estaremos em boa forma para o segundo semestre do ano”, disse Waller em entrevista à Fox Business. “Então, estaremos em uma boa posição para fazer cortes nos juros durante a segunda metade do ano.”
Entre os dados, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 2.000, para 227.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 17 de maio, segundo o Departamento do Trabalho do país. Os ecconomistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para o período.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- Dow Jones: 0,00%, aos 41.859,09 pontos;
- S&P 500: -0,04%, aos 5.842,01 pontos;
- Nasdaq: +0,28%, aos 18.925,74 pontos.