Ibovespa cai com Petrobras (PETR4) e destoa de Wall Street; dólar recua a R$ 5,50

O Ibovespa (IBOV) teve mais um dia negativo, estendendo as perdas da sessão anterior, em meio à aversão ao risco com a escalada das tensões no Oriente Médio após a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã. A derrocada do petróleo pressionou as ações da Petrobras (PETR3;PETR4), um dos pesos-pesados do índice.
Nesta segunda-feira (23), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 136.550,50 pontos, com queda de 0,41%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5032, com queda de 0,39% ante o real.
No cenário doméstico, os investidores operam em compasso de espera pela ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na última quarta-feira (18), o colegiado elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), de 14,75% para 15,00% ao ano e sinalizou uma pausa no ciclo de altas nos juros.
Os economistas ouvidos pelo Banco Central também elevaram a projeção para a Selic de 14,75% para 15% ao final de 2025 no primeiro Boletim Focus após Copom, divulgado hoje (23).
Altas e quedas no Ibovespa
O Ibovespa foi pressionado pela forte queda das ações da Petrobras (PETR3;PETR4), que acompanharam a derrocada do petróleo. Os papéis da estatal caíram quase 3%, sendo os mais negociados da B3.
Os contratos mais líquidos do Brent, com vencimento em setembro, encerraram a sessão com queda de 6,67%, a US$ 70,52 o barril na International Exchange (ICE), em Londres, após uma retaliação “simbólica” do Irã aos ataques dos Estados Unidos, ocorridos no último fim de semana.
Ainda entre os pesos-pesados do índice, Vale (VALE3) subiu mais 1% em linha com a melhora do desempenho do minério de ferro. O avanço limitou as perdas do Ibovespa.
A ponta positiva do índice, porém, foi liderada por BRF (BRFS3). A companhia informou que as assembleias de acionistas para aprovar a fusão da empresa com a Marfrig estão marcadas para o dia 14 de julho.
Inicialmente, as assembleias estavam previstas para o dia 18 de junho, mas foram adiadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após pedido de mais informações sobre a transação. A decisão do órgão também “atrasou” o processo de incorporação da Marfrig pela BRF, formando a MBRF.
Já a ponta negativa foi liderada por Cosan (CSAN3). Os papéis da companhia estenderam as perdas da sessão anterior ainda pressionados pela revisão do Citi.
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Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street encerraram a sessão em alta com a avaliação de que a resposta do Irã aos ataques dos Estados Unidos, ocorridos no último fim de semana, foi “contida”.
O país persa retaliou os EUA na tarde desta segunda-feira (23) com mísseis de curto e médio alcance em direção à base militar norte-americana no Catar.
A ofensiva iraniana, porém, foi menor do que a esperada, com a percepção de que o ataque de Teerã foi “simbólico” e que a possibilidade do fechamento do Estreito de Ormuz se tornou mais distante.
Segundo uma autoridade dos EUA à agência de notícias Reuters, nenhum míssil atingiu a base aérea militar norte-americana de al Udeid, no Catar. Já o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a resposta do Irã foi “muito fraca”.
Na Ásia, os índices fecharam sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,13%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,67%.
Na Europa, os índices também encerraram a sessão em queda, de olho nos desdobramentos da entrada dos EUA no conflito entre Israel e Irã. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou o pregão com queda de 0,28%, aos 535,03 pontos.