Ibovespa tem leve alta com ‘pesos-pesados’ e melhora das expectativas para inflação; dólar cai a R$ 5,41

O Ibovespa (IBOV) manteve o tom positivo da sessão anterior em meio à valorização das commodities e apoio dos ‘pesos-pesados’.
Nesta segunda-feira (25), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve alta de 0,04%, aos 138.025,17 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4147, com queda de 0,20%.
No cenário doméstico, os investidores reagiram à redução das expectativas de inflação. Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) cortaram a projeção pela 13ª semana consecutiva e agora veem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 4,86% em 2025, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (25). A estimativa anterior era de 4,95%.
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também foi reduzida de 2,21% para 2,18%. As estimativas para o câmbio também foram reduzidas: a previsão é de que o dólar feche 2025 a R$ 5,59. A expectativa para Selic foi mantida em 15% ao ano.
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O mercado ainda operou à espera de novos dados econômicos, entre eles o IPCA-15. A expectativa do mercado é de que o índice, considerado uma prévia do IPCA, tenha recuo de 0,21% em agosto após alta de 0,33% em julho.
Altas e quedas do Ibovespa
O GPA (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (25) com expectativas de mudanças no conselho de administração da companhia. As ações chegaram a subir mais de 13% durante a sessão.
A família Coelho Diniz elevou a participação para 24,6% e pediu a convocação de assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir a destituição da atual composição e eleição de novos membros para o conselho.
Já a ponta negativa, Rumo (RAIL3) registrou a maior queda, de ordem de 3%, após o Citi revisar os números para a companhia. O banco cortou o preço-alvo de R$ 19,50 para R$ 16,50 — o que ainda representa um potencial de valorização de 9,5% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (22). A recomendação neutra foi mantida.
Para o analista do Citi, Filipe Nielsen, a oferta e a demanda do setor de logística não têm se mostrado tão fortes quanto o esperado. Esse movimento tem, por sua vez, pressionado as tarifas de frete mesmo com o potencial promissor para exportações neste ano.
Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) fecharam em alta com apoio das commodities.
Banco do Brasil (BBAS3) também voltou a figurar entre as maiores perdas com novos desdobramentos sobre as incertezas sobre a aplicação das sanções individuais impostas pelos Estados Unidos. Segundo informações da imprensa, o banco deve recorrer à Advocacia-Geral da União (AGU) contra desinformações acerca da instituição financeira.
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Exterior
Os índices de Wall Street fecharam em queda com a realização de ganhos recentes e incertezas sobre o avanço das negociações para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, mediado pelos Estados Unidos.
Os investidores também ficaram à espera de novos dados macroeconômicos.
No cenário corporativo, a Intel continuou no centro das ações. Na sexta-feira (22), o presidente Donald Trump confirmou que o governo passou a deter 10% das ações da gigante de tecnologia.
Hoje (25), a empresa informou que a participação do governo pode representar riscos para seus negócios, desde impactos em vendas internacionais até limitar a capacidade da empresa de garantir futuros subsídios governamentais.
Trump também se reuniu com o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, para “costurar” um acordo comercial.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -0,77%, aos 45.282,47 pontos;
- S&P 500: -0,43%, aos 6.439,32 pontos;
- Nasdaq: -0,22%, aos 21.449,29 pontos.
Na Europa, os principais encerraram a sessão em queda com realizações de ganhos recentes. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,44%, aos 558,82 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam em forte alta com maior apetite ao risco impulsionado pelas expectativas de corte nos juros nos EUA e avanço dos setores de terras raras e imobiliário. Entre os principais índices asiáticos, o Shanghai, da China, subiu 1,51% e registrou o maior nível desde agosto de 2015 aos 3.883,56 pontos. O Nikkei, do Japão, subiu 0,41% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 1,84%.