Ibovespa (IBOV) fecha em queda com realização de lucros

O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (25), refletindo movimentos de realização de lucros após renovar recordes nos últimos pregões, com Assaí (ASAI3) entre as maiores baixas em meio a preocupações envolvendo obrigações tributárias do GPA (PCAR3).
O índice de referência do mercado acionário brasileiro cedeu 0,81%, a 145.306,23 pontos, após marcar 146.519,13 pontos na máxima e 145.186,77 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$20,1 bilhões.
Na véspera, o Ibovespa teve uma sessão de oscilações modestas, mas assegurou novo topo de fechamento a 146.491,75 pontos, acumulando no ano uma valorização de quase 22%, em boa parte apoiado pelo fluxo de capital externo.
Destaques da Bolsa
Ambipar (AMBP3), que não integra o Ibovespa, despencou 24,24%, após obter na Justiça do Rio de Janeiro proteção contra credores. A companhia citou que o Deutsche Bank estaria exigindo aporte de garantias adicionais ligadas a um empréstimo. No pior momento do pregão, as ações chegaram a afundar 60,5%.
Assaí (ASAI3) recuou 5,37%, após entrar com medida cautelar para bloquear as ações do GPA (PCAR3) detidas pelo Casino ou, em caso de alienação, obrigar que os recursos sejam depositados em juízo, além de pedir garantias contra contingências tributárias anteriores à cisão. GPA (PCAR3) cedeu 2,3%.
Cosan (CSAN3) perdeu 7,01%, após dois pregões de alívio que seguiram um tombo de 18% na segunda-feira, quando o mercado reagiu ao anúncio de capitalização bilionária com forte diluição acionária. Raízen (RAIZ4), joint venture da Cosan com a Shell, recuou 7,27%, ainda sem novidades sobre medidas de redução de endividamento.
Impacto macro
Nesta quinta-feira (25) dados acima do esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos mexeram com as apostas em torno da magnitude dos cortes de juros que podem ser promovidos pelo Federal Reserve nos próximos meses.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 14.000, para 218.000 na semana encerrada em 20 de setembro, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 235.000 pedidos para a última semana.
Já o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu a uma taxa anualizada revisada para cima de 3,8% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio. O percentual representa uma elevação ante a estimativa anterior, de 3,3%.
Antes da abertura da sessão, o Banco Central havia informado, por meio do Relatório de Política Monetária, que reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 2,1% para 2,0%. Além disso, estimou em 1,5% a expansão da economia em 2026.
“A ligeira redução decorre dos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre”, disse o BC no documento.
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,48% em setembro, abaixo da estimativa de 0,51% dos economistas em pesquisa da Reuters.
*Com informações da Reuters