Mercados

Ibovespa recua com judicialização do IOF e destoa das máximas de Wall Street; dólar cai a R$ 5,48

27 jun 2025, 17:41 - atualizado em 27 jun 2025, 17:55
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O Ibovespa perdeu força com judicialização do IOF e destoou das máximas históricas de Wall Street; saldo semanal foi negativo (Imagem: iStock/hernan4429)

As discussões sobre o Imposto sobre Operações Financeiros (IOF)  seguiram no centro das atenções dos investidores e pressionou o Ibovespa (IBOV), que fechou na contramão das máximas históricas em Wall Street.

Nesta sexta-feira (27), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,18%, aos 136.865,79 pontos, e zerou os ganhos da semana. No acumulado dos últimos cinco pregões, o Ibovespa recuou 0,18%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4829, com queda de 0,29% ante o real. Na semana, a moeda norte-americana se desvalorizou 0,76% ante o real.

No cenário doméstico, o cenário fiscal concentrou as atenções. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso Nacional que derrubou decreto presidencial que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Os parlamentares revogaram a medida na última quarta-feira (25).

A medida é considerada pelo governo como um dos “remédios” para equilibrar as contas públicas.

Os dados do mercado de trabalho ficaram em segundo plano. A taxa de desemprego no Brasil caiu a 6,2% no trimestre encerrado em maio, no menor nível desde o final do ano passado. No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 7,1%.

O resultado, porém, ficou abaixo da expectativa dos analistas consultados pela Reuters, de 6,4%. O número de carteiras assinadas bateu recorde no período.

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Altas e quedas no Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Engie (EGIE3), com visão positiva do Citi para a companhia. O banco avalia que os sinais de alívio nos cortes de geração de energia renovável melhoram a situação para os geradores com a Engie.

Ontem (26), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou que aumentará a capacidade de exportação de energia do Nordeste em 1,5 gigawatts (GW), sendo 900 megawatts (MW) diretamente para o Sudeste e 600 MW para o Norte, a partir deste sábado (28).

Já a ponta negativa do índice foi liderada por Vamos (VAMO3), repercutindo ainda a possível redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos. A medida está em estudo no governo.

As ações da Vale (VALE3), um dos pesos-pesados do Ibovespa, limitaram as perdas do índice em mais um pregão. Os papéis da mineradora foram novamente sustentados pela valorização do minério de ferro. O contrato mais negociado da commodity, com vencimento em setembro,  fechou com alta de 2%, a 716,50 yuans (US$ 99,96) a tonelada na bolsa de Dalian, refletindo positivamente o acordo comercial entre Estados Unidos e a China.

Ainda entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) devolveu os ganhos da véspera e recuou. Os bancos também caíram em bloco.

Na semana, Engie (EGIE3) foi a ação com melhor desempenho no Ibovespa com alta de mais de 12%. Brava Energia (BRAV3) acompanhou o tombo do petróleo Brent no mercado internacional e encerrou a semana na liderança das quedas do índice.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street renovaram os recordes de fechamento com apoio do avanço d0s acordos comerciais, entre eles com a China.

Ao longo do dia, Trump fez novas declarações sobre os acordos tarifários. Ele afirmou que o prazo final para as negociações, em 9 de julho, “não é uma data fixa” e anunciou a interrupção das negociações tarifárias com o Canadá.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • Dow Jones: +1,00%, aos 43.819,27 pontos;
  • S&P 500: +0,52%, aos 6.173,07 pontos — maior nível histórico; 
  • Nasdaq: +0,52%, aos 20.273,46 pontos — maior nível histórico.

Na Ásia, os índices fecharam sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, teve alta de 1,42%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,17%.

Em destaque, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou que orientará as instituições financeiras a aumentar a oferta de crédito e pressionará pela redução dos custos de financiamento social, como uma medida de ajuste do ritmo e a intensidade da implementação de políticas de incentivo.

Na Europa, os índices terminaram a sessão em alta com impulso de bancos. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,14%, aos 543,63 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.