Ibovespa sobe mais de 1% e fica próximo ao recorde histórico com cenário eleitoral; dólar cai a R$ 5,40

O Ibovespa (IBOV) teve um dia de recordes com cenário eleitoral nos holofotes, em dia agitado no centro financeiro paulista. As expectativas de corte nos juros dos Estados Unidos também impulsionaram o apetite ao risco dos investidores.
Nesta quinta-feira (27), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 1,32%, aos 141.041,20 pontos, próximo do recorde. Durante a sessão, o Ibovespa atingiu o maior nível histórico aos 142.138,27 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4064, com queda de 0,20%.
No cenário doméstico, a corrida presidencial foi o foco do dia. A pesquisa LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel/Bloomberg e divulgada nesta manhã, mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficaria atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — candidato com preferência do mercado — em um eventual segundo turno nas eleições do próximo ano.
Tarcísio registrou 48,4% das intenções de voto contra 46,6% de Lula.
“Acredito que a perspectiva é positiva para o Ibovespa nos próximos meses. Se o clima eleitoral continuar favorável e os indicadores externos seguirem estáveis (como expectativa de juros mais baixos nos EUA), a tendência pode seguir positiva, sem dúvidas”, afirmou Gabriel Filassi, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital.
Na avaliação de Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora, “toda a pesquisa que o governador Tarcísio aparecer na frente, o mercado deve responder com alta, já que ele seria um presidente que tenderia a fazer uma uma política econômica mais próxima do que o mercado deseja”.
O mercado também acompanhou a megaoperação contra o crime organizado no setor de combustíveis. Na manhã desta quinta-feira (28), as polícias Federal, Civil e Militar, além do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e do Ministério Público Federal (MPF) executaram mandados de busca e apreensão região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro paulista.
Os investidores ainda ficaram na expectativa pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, que será enviado ao Congresso amanhã (29), limite do prazo legal. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse o texto contará com receitas suficientes para cumprimento da meta fiscal. Ele ainda afirmou que as despesas como programas como o Pé-de-Meia e o Auxílio Gás estarão incorporados no PLOA.
Altas e quedas do Ibovespa
Em dia de forte valorização do Ibovespa (IBOV), apenas cinco ações encerraram em queda: GPA (PCAR3, Telefônica Vivo (VIVT3), Suzano (SUZB3), Petz (PETZ3) e BRF (BRFS3),.
A ponta positiva foi liderada por Magazine Luiza (MGLU3), que registrou alta de quase 10%, com o alívio na curva de juros futuros brasileira — em meio a expectativa de corte nos juros nos Estados Unidos em setembro e o início de um afrouxamento monetário no Brasil no primeiro trimestre de 2026.
As distribuidoras de combustíveis Ultrapar (UGPA3),Vibra Energia (VBBR3) e Cosan (CSAN3) também figuraram entre as maiores altas, beneficiadas pela operação na Faria Lima.
Entre os pesos-pesados, os bancos e as companhias de commodities subiram em bloco.
Em destaque, Vale (VALE3) chegou a subir mais de 1%, mas arrefeceu os ganhos após companhia não alcançar um acordo com o Ministério dos Transportes sobre i pagamento adicional pela renovação antecipada dos contratos de concessão da Estrada de Ferro Carajás e da Estrada de Ferro Vitória a Minas, estimados em R$ 17 bilhões.
Já Petrobras (PETR3; PETR4) acompanhou o desempenho positivo do petróleo, que subiu quase 1%.
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Exterior
Os índices de Wall Street fecharam a sessão em reação a dados econômicos e resultados de Nvidia (NVDA). O S&P 500 encerrou acima dos 6.500 pontos pela primeira vez na história.
Entre os dados, o Produto Interno Bruto (PIB) do país subiu a uma taxa anual de 3,3% no segundo trimestre de 2025 (2T25), em segunda leitura. O dado ficou acima das expectativas do mercado, de crescimento de 3% na base anual.
Com o dado, as apostas de corte nos juros pelo Fed continuaram acima de 80%. Perto do fechamento, o mercado precificava 87,2% de chance de o BC dos EUA reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual em setembro. Ontem (27), a probabilidade era de 88,7%, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Os juros estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Já a Nvidia (NVDA) teve um dia volátil e encerrou as negociações em queda em meio a incertezas sobre o comércio com a China, ainda que os números tenham superado as expectativas do mercado.
O embate entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e diretora do Fed, Lisa Cook, continuou no centro das atenções. Uma audiência sobre a ação está marcada para sexta-feira (29), às 10h (horário local).
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,16%, aos 45.636,90 pontos — no maior patamar nominal da história;
- S&P 500: +0,04%, aos 6.501,86 pontos — no maior patamar nominal da história;
- Nasdaq: +0,53%, aos 21.705,15 pontos.
Na Europa, os principais índices encerraram majoritariamente em queda com o cenário político-econômico da França no radar. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,20%, aos 553,67 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam. Entre os principais, o Nikkei, do Japão, subiu 0,73% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,81%.