Ibovespa cede à pressão de Vale (VALE3) e bancos e fecha em queda; dólar sobe a R$ 5,56
No penúltimo pregão do ano, o Ibovespa (IBOV) foi pressionado pelos ‘pesos-pesados’ e Wall Street a despeito da forte valorização das commodities.
Nesta segunda-feira (29), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações com queda de 0,25%, aos 160.490,30 pontos.
Já o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5689, com alta de 0,44%.
No cenário doméstico, as eleições seguiram no centro das atenções.
O levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovado por 50,9% dos brasileiros, o mesmo patamar negativo em relação à pesquisa anterior. Já a aprovação caiu de 45,9% para 45,6%.
A pesquisa contou com 2.038 entrevistados em todo o país entre os dias 18 e 22 de dezembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Os dados também movimentaram o pregão. Entre eles, o governo central registrou um déficit primário de R$ 20,172 bilhões em novembro, segundo o Tesouro Nacional. Os economistas consultados pela Reuters projetavam um rombo menor para o mês, de R$ 13,5 bilhões.
No ano, o governo central – que compreende as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central – acumulou um déficit de R$ 83,823 bilhões. Excluindo despesas que não são computadas para o cálculo da meta fiscal para o ano, em especial com precatórios, o déficit está em R$ 40,4 bilhões.
A meta de resultado primário do ano é de déficit zero com uma banda de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 31 bilhões.
Já o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) teve variação negativa de 0,01% em dezembro, encerrando o ano com queda acumulada de 1,05%.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), Brava Energia (BRAV3) liderou os ganhos da sessão com avanço de cerca de 4% com apoio do petróleo.
O contrato futuro do Brent, com vencimento para março, encerrou as negociações com alta de 2,07%, a US$ 61,49 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres, em meio a escalada das tensões entre Estados Unidos e Venezuela e novas tratativas de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
Ainda no setor petroleiro, Petrobras (PETR4), considerada um dos pesos-pesados do Ibovespa, teve saldo positivo de 1%. No final da tarde, a estatal informou a interrupão temporária da produção na plataforma P-69, no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, devido a um procedimento de rotina de segurança.
Ainda entre os pesos-pesados, os bancos caíram em bloco com o mercado precificando o risco institucional com foco no Banco Central (BC) e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso Master.
Já Vale (VALE3) destoou do desempenho do minério de ferro, que teve alta de 2,58%, a 796,5 yuans (US$ 113,66) a tonelada na Bolsa de Dalian, e recuou quase 2%. A ação da mineradora figurou como a mais negociada na B3, com mais de 30,5 mil negócios e giro financeiro acima de R$ 1 bilhão.
A ponta negativa, porém, foi liderada por Cogna (COGN3). Apesar da queda, a ação da educacional acumula valorização próxima a 240% no ano, sendo o papel com melhor desempenho no Ibovespa.
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Exterior
Os índices de Wall Street tiveram um dia negativo com pressão do setor de tecnologia e realização dos lucros recentes. Na última sexta-feira (26), o S&P 500 renovou a máxima nominal intradia histórica aos 6.945,77 pontos e fechou em recorde.
Os investidores acompanharam os desdobramentos das tratativas de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, mediadas pelos Estados Unidos, além da tensão entre os EUA e a Venezuela.
O mercado ficou ainda à espera da ata da última decisão do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA). No início do mês, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, como o esperado. Essa foi a terceira redução consecutiva.
Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: -0,51%, aos 48.461,93 pontos;
- S&P 500: -0,35%, aos 6.905,74 pontos;
- Nasdaq: -0,50%, aos 23.474,34 pontos.
Na Europa, o tom foi misto. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve leve avanço de 0,09%, aos 589,25 pontos.
Na Ásia, os índices tiveram uma sessão negativa. O índice Nikkei, do Japão, teve queda de 0,44%, aos 50.526,92 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,71%, aos 25.635,23 pontos.