Ibovespa sobe e encosta em recorde com Cosan (CSAN3); dólar recua a R$ 5,44

O Ibovespa (IBOV) interrompeu a sequência de perdas e voltou aos níveis recordes com impulso dos “pesos-pesados” e bom humor de Wall Street com expectativa de corte nos juros dos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira (4), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,81%, aos 140.993,25 pontos. Com o avanço, o Ibovespa voltou a se aproximar do recorde registrado em 29 de agosto, quando atingiu os 141.422,26 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4468, com queda de 0,11%.
No cenário doméstico, os investidores acompanharam dados.
Entre eles, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, saldo 35,8% mais alto do que o observado em agosto de 2024, quando ficou positivo em US$ 4,5 bilhões. Os dados foram divulgados na tarde de hoje (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O resultado do mês passado já foi impactado pela tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A taxação entrou em vigor em 6 de agosto.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma reunião com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; e da Agricultura, Carlos Fávaro, para discutir alternativas para resolver o problema da dívida dos produtores rurais.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros também estiveram presentes.
O governo estuda alternativas para renegociação da dívida e a expectativa é de uma proposta a ser apresentada até a semana que vem.
Altas e quedas do Ibovespa
O avanço do Ibovespa (IBOV) foi patrocinado pelos “pesos-pesados”. Vale (VALE3) acompanhou o desempenho do minério de ferro — que encerrou com alta de 1,67%, a 811,5 yuans (US$ 110,80) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China — e terminou as negociações em tom positivo.
A Petrobras (PETR3; PETR4) também inverteu o sinal e fechou em alta, na contramão do petróleo Brent.
Cosan (CSAN3), também um dos destaques do pregão, foi a ação mais negociada da B3. A companhia registrou ganhos pela sétima sessão consecutiva com o mercado precificando um movimento de desinvestimento da Raízen (RAIZ4), que é uma joint venture da companhia com a Shell.
Durante a sessão, a empresa afirmou que avalia alternativas para aprimorar sua estrutura de capital e, em conjunto com a Shell, busca novos investidores para Raízen. Também disse que tem sido ativamente procurada por interessados em potenciais investimentos, mas sem qualquer qualquer decisão ou compromisso assumido até o momento.
Raízen teve mais um motivo para estar entre as altas: o anúncio de fim da joint venture com a FEMSA. A partir de agora, a usina passa a deter as lojas de conveniência associadas à marca Shell, sua acionista, enquanto a empresa mexicana passa a controlar 100% da rede de mercados OXXO no Brasil.
A ponta negativa foi liderada por Brava Energia (BRAV3) e Azzas 2154 (AZZA3) — que fez novas mudanças no alto escalão.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão em alta com a elevação da expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA). A apelação do presidente Donald Trump para derrubar a decisão sobre a legalidade das tarifas comerciais continuou no radar.
O país criou 54.000 postos de trabalho no setor privado em agosto, após a abertura de 106.000 vagas (dado revisado) em julho, mostrou o Relatório Nacional de Emprego da ADP divulgado na manhã desta quinta-feira (4). O resultado veio abaixo do esperado: os economistas consultados pela Reuters previam abertura de 65.000 empregos.
O dado mais aguardado, porém, é o payroll. O relatório oficial de empregos, a ser divulgado amanhã (5), deve apontar a abertura de 76 mil postos de trabalho em agosto, de acordo com a mediana das Projeções Broadcast.
Os dados de emprego ajudam a calibrar as apostas de corte nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
Perto do fechamento, os agentes financeiros precificavam 97,4% de chance de o BC dos EUA reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Ontem (3), a probabilidade era de 96,6%. Hoje, a taxa está na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,77%, aos 45.621,29 pontos;
- S&P 500: +0,83%, aos 6.502,08 pontos;
- Nasdaq: +0,98%, aos 21.707,69 pontos.
Na Europa, os principais índices encerraram em alta na esteira do apetite ao risco em Wall Street. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,61%, aos 550,09 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em tom positivo. Entre os principais, o Nikkei, do Japão, subiu 1,53% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 1,12%.