Ibovespa tem leve queda aos 136 mil pontos e destoa de Wall Street após payroll; dólar cai a R$ 5,56

O Ibovespa (IBOV) encerrou a sessão em queda pelo terceiro dia consecutivo e operou na contramão dos índices de Wall Street. Dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos e expectativas sobre o IOF movimentaram o pregão.
Nesta sexta-feira (6), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 136.102,10 pontos, com queda de 0,10%. O Ibovespa perdeu 0,67% na semana.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5698, com recuo de 0,26% ante o real, no menor nível desde outubro. Na semana, a divisa norte-americana acumulou baixa de 2,62%.
No cenário doméstico, as discussões sobre Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF) continuaram no radar, mas as atenções ficaram concentradas nas movimentações corporativas. A expectativa é de que o Congresso e o governo cheguem a um acordo ainda neste final de semana.
Altas e quedas no Ibovespa
As ações da Prio (PRIO3) ganharam o fôlego na reta final do pregão e lideraram os ganhos do Ibovespa com apoio do petróleo, que encerrou com alta de quase 2%. Os papéis também foram impulsionados pelo relatório mensal de produção.
Também na esteira do petróleo, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam com avanço de mais de 1%. Ainda entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) terminou o dia com leve alta.
As ações da Suzano (SUZB3) estenderam os ganhos da véspera e fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva. Na véspera (5), a fabricante brasileira anunciou a criação de uma joint venture com a Kimberly-Clark, em que a empresa brasileira terá o controle — com 51% de participação da operação, que envolve 22 fábricas de papéis sanitários em 14 países.
Já JBS (JBSS3) se despediu da B3 nesta sexta-feira (6). A partir da próxima segunda-feira (9), a companhia passará a ser negociada na bolsa brasileira por BDRs (Brazilian Depositary Receipts) lastreados nas ações classe A da JBS N.V., nova holding global do grupo. A mudança faz parte do processo de reorganização societária e internacionalização da companhia, que agora terá a JBS N.V. como controladora e listada na Bolsa de Nova York (NYSE).
A ponta negativa foi liderada pelas ações cíclicas, com destaque para Magazine Luiza (MGLU3). Os papéis domésticos foram pressionados pela mudança da percepção dos investidores quanto à Selic. Nos últimos dias, o mercado passou a precificar uma possibilidade de alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, em meio às discussões do IOF.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam em forte alta com reação a novos dados do mercado de trabalho.
O relatório oficial de empregos, o payroll, apontou a criação de 139 mil vagas de emprego em maio — uma desaceleração em relação à abril, mas acima do esperado para o mês.
Os economistas consultados pela Reuters previam criação de 130.000 postos, depois de 177.000 relatados anteriormente em abril. As estimativas variavam de 75.000 a 190.000 empregos.
Já a taxa de desemprego permaneceu em 4,2% pelo terceiro mês consecutivo.
Os dados, melhores do que o esperado, afastaram o temor de desaceleração da maior economia do mundo e também elevou as perspectivas de que o Federal Reserve não deve fazer cortes mais robustos nos juros até o final. O mercado consolidou a aposta de redução de até 50 pontos-base até o final de 2025.
Após os dados, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar a postura do Fed e disse que o Banco Central (BC) deve cortar os juros em 1 ponto percentual. Hoje, a taxa básica de juros está no intervalo entre 4,25% a 4,50% ao ano.
“Tarde Demais no Fed é um desastre! A Europa teve 10 cortes de juros, nós não tivemos nenhum. Apesar dele, nosso país está indo muito bem; Corte em um ponto inteiro”, disse ele se referindo ao presidente do BC, Jerome Powell.
Confira como fecharam os índices de Nova York:
- Dow Jones: +1,05%, aos 42.762,87 pontos;
- S&P 500: +1,03%, aos 6.000,36 pontos;
- Nasdaq: +1,20%, aos 19.529,95 pontos.
Na semana, o S&P e o Dow Jones acumularam alta de mais de 1%, enquanto o Nasdaq subiu mais de 2%.