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Ibovespa acima de 140 mil pontos? Sentimento entre investidores enfraquece, mas ainda há espaço para alta, aponta pesquisa

14 fev 2024, 20:13 - atualizado em 14 fev 2024, 20:20
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consenso ainda estima valorização para o Ibovespa em 2024 (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) voltou do feriado de Carnaval pressionado, em dia de ajustes.

Como não houve negociação na B3 nos últimos dias, mas os ADRs (American Depositary Receipts) andaram no exterior, o índice de referência na bolsa local apontou queda firme nesta quarta-feira (14), após divulgação de dados fortes de inflação nos Estados Unidos.

Com o Ibovespa mais distante das máximas históricas vistas em dezembro do ano passado, o sentimento dos investidores quanto à capacidade de o índice terminar o ano acima dos 140 mil pontos enfraqueceu.

É o que mostra a nova pesquisa da XP Investimentos, divulgada na sexta-feira passada (9). A edição de janeiro com investidores institucionais aponta uma queda de 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior na parcela de investidores que projetam o Ibovespa chegando acima de 140 mil pontos em 2024.

Por outro lado, o consenso ainda estima valorização para o índice. Houve crescimento de participantes da pesquisa (48%) que acreditam que o Ibovespa terminará o ano entre 130-140 mil pontos.

A média das estimativas sugere que o Ibovespa terminará 2024 em aproximadamente 133 mil pontos, acima dos patamares atuais, mas abaixo do preço justo dado pela XP, de 142 mil pontos.

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Investidores pretendem aumentar exposição a ações brasileiras

O sentimento positivo em relação à bolsa brasileira também cresceu após o rali de fim de ano. Segundo a XP, 84% dos investidores afirmaram que pretendem aumentar (48%) ou manter (26%) exposição às ações, sendo que a parcela que planeja aumentar a alocação cresceu 16 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.

O levantamento da XP diz que os investidores seguem mais otimistas com setores defensivos. Elétricas e empresas de saneamento estão no topo da preferência, seguidas pelo setor financeiro, diz a corretora. A preferência por qualidade também continua forte.

Ibovespa acumula queda de mais de 5% em 2024

Contrariando as expectativas dos mais otimistas, o início de ano da bolsa não foi dos melhores. Só em janeiro, o Ibovespa somou perdas de 4,79%, seguindo um forte movimento de realização de lucros depois do rali.

No ano, o Ibovespa acumula uma desvalorização de 5,34%.

O monitor de dados do mercado do Itaú BBA mostra que, em movimento semelhante ao de janeiro, investidores estrangeiros começaram fevereiro na ponta vendedora do mercado, retirando R$ 3 bilhões.

Por outro lado, investidores institucionais iniciaram o mês alocando R$ 1,2 bilhão nas primeiras cinco sessões de negociação.

Outro ponto levantado no relatório desta semana é que, diferentemente da virada de tendência que se desenhava no mercado, as ações domésticas têm apresentado as piores performances nos últimos 30 dias, com os setores de Educação, Transportes e Saúde puxando as baixas.

Enquanto isso, as commodities, em especial ações de óleo e gás, aparecem no top das melhores performances no curto prazo.

O mercado brasileiro continua “underperform” (desempenho abaixo da média) em relação aos mercados emergentes dentro dessa janela dos últimos 30 dias.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.