Retrospectiva 2023

Ibovespa: Alta de 120%, queda de 80%; veja as ações campeãs e perdedoras de 2023

28 dez 2023, 18:34 - atualizado em 28 dez 2023, 20:47
máxima do ibovespa
(Imagem: Canva/Montagem: Giovanna Figueredo)

O enredo do Ibovespa em 2023 lembrou mais uma trama mexicana, com reviravoltas a cada cena, do que um filme de terror, previsto por parte do mercado em janeiro.

Até novembro, parecia que, de fato, teríamos mais um ano perdido, com o índice ‘preso’ nos 110 mil pontos. Porém, bastou Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve, nos Estados Unidos, sinalizar menos juros para que tudo mudasse.

No ano, a bolsa acumulou disparada de 23%, sendo que grande parte dessa ‘pernada’ se deu nos dois últimos meses, quando subiu 17%.

Aqui no Brasil, Roberto Campos Neto deu inicio ao corte de juros, que saiu de 13,75% para os atuais 12,25%.

Para o ano que vem, o mercado vislumbra juros em 9%. Isso ajudou empresas ligadas aos juros a dispararem, como foi o caso da Yduqs (YDUQ3). Contudo, nem isso ajudou a Casas Bahia (BHIA3) a vencer a desconfiança do mercado.

Veja as cinco maiores altas:

Empresa Ticker Alta (%)
Yduqs YDUQ3 123,14
CSN Mineração CMIN3 119,17
Ultrapar UGPA3 114,66
Cyrela CYRE3 94,74
Petrobras PETR4 94,35

Veja as cinco maiores quedas:

Empresa Ticker Queda (%)
Casas Bahia BHIA3 -81,03
Pão de Açúcar PCAR3 -40,67
Minerva BEEF3 -38,88
Petz PETZ3 -36,70
Alpargatas ALPA4 -32,89

Yduqs, educação, sim, senhor

O setor de educação foi bastante castigado na pandemia, quando as universidades e escolas foram obrigadas a fecharem. Agora, somada a queda dos juros e a melhora do ambiente econômico, o segmento parece caminhar para uma recuperação.

Mas apesar da alta no ano, a ação da Yduqs está bem longe do patamar pré-pandemia, quando o papel chegou a R$ 56. Recentemente, o JPMorgan elevou a recomendação da empresa para overweight, o que equivale a compra. Além da classificação, o banco americano aumentou o preço-alvo de R$ 25 para R$ 28,50.

O banco destaca que nos últimos 12 meses, a empresa gerou R$ 135 milhões em caixa, 2% de sua capitalização de mercado, ficando atrás apenas da Afya, player focado em medicina.

“Mais do que isso, a Yduqs é a companhia menos alavancada em nossa cobertura de educação”, acrescenta.

Ademais, vê a Yduqs sendo negociada a 8,1 vezes P/L (preço sobre lucro) ao fim de 2024, ao passo que os resultados devem crescer a 12% CAGR (taxa de crescimento anual composto) para 2024-27.

Já o Santander elegeu a empresa como a segunda favorita no setor, atrás apenas da Ânima (ANIM3). O banco lembra que as ações da Yduqs são mais líquidas e, portanto, costumam atrair maior interesse por parte dos investidores internacionais.

“Além disso, acreditamos que o forte o desempenho operacional provavelmente continuará nos próximos anos, e a exposição da empresa aos três principais segmentos de ensino pós-secundário (presencial, premium e a distância) são uma importante vantagem competitiva”, acrescentam.

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Casas Bahia, deu ruim

De acordo com o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, as ações da Casas Bahia sofreram com o cenário macroeconômico em 2023. O ano começou com muito ruído politico, juros altos — a 13,75% –, inflação elevada e população endividada, o que reduziu a propensão ao consumo.

Além disso, Ferrer destaca o desempenho operacional ruim da Casas Bahia. A companhia reportou dados fracos nos últimos vários trimestres e segue com uma promessa “eterna” de turnaround, que não sai do papel.

Ainda do lado operacional, o analista ressalta a troca do management da varejista este ano e a oferta de ações “falha”.

“A empresa já está endividada, com o operacional ruim e tem uma dificuldade de se reerguer há um tempo. E aí, houve essa troca de management com oferta a um preço abaixo do preço de tela”, explica. “Isso acelerou ainda mais a queda”.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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