Mercados

Ibovespa recua mais de 1% com falas de Galípolo e tarifas de Trump; confira como andam os mercados nesta quarta-feira (9)

09 jul 2025, 13:14 - atualizado em 09 jul 2025, 14:18
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Ibovespa destoa do desempenho de Wall Street com perspectiva de que a Selic deve permanecer em nível restritivo por mais tempo (Imagem: iStock.com/primeimages)

Em meio às ameaças tarifárias dos Estados Unidos e a perspectiva de que a Selic deve ficar elevada por mais tempo, o Ibovespa (IBOV) opera no tom negativo nesta quarta-feira (9) e segue na contramão dos índices em Wall Street.

Por volta de 13h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira caía 0,94%, aos 138.006,91 pontos. Na mínima do dia, o Ibovespa registrou recuo de 1,04%, no nível dos 137 mil pontos.



No cenário doméstico, os investidores acompanham novas declarações do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, enquanto o fiscal continua no radar.

Galípolo reafirmou que todos os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) estão “bastante incomodados” com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação, enfatizando que o BC persegue o centro da meta , de 3%.

“Tenho visto que a maior parte das críticas à elevada taxa de juros, de 15%, muitas vezes está associada a uma sugestão, vamos dizer assim, de que não se deveria cumprir a meta”, disse Galípolo durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

“Não é uma sugestão, a meta decorre de um decreto, a meta é 3%. A meta não é 3% com 1,5 ponto (de tolerância) para cima e 1,5 ponto para baixo no sentido de que eu posso perseguir a meta de maneira leniente. […] O BC não vai flexibilizar.”

Segundo ele, a inflação segue acima da meta e persiste disseminada em diversos itens, em um cenário de mercado de trabalho aquecido e que continua surpreendendo.

Além disso, há o temor de tarifas de importação sobre o Brasil. Ontem (8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou as ameaças tarifárias ao Brics — bloco econômico formado por BrasilRússiaÍndiaChina e África do Sul e que tem Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos como membros desde o ano passado.

Segundo ele, o bloco econômico foi criado para desvalorizar o dólar e os produtos produzidos nos países do Brics serão taxados em 10% “muito em breve”.

E o dólar?

O dólar opera em alta ante as moedas globais, como euro e libra, com o anúncio de novas tarifas “recíprocas” de importação nos EUA pelo presidente Trump. Por volta de 13h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia de 0,09%, no nível dos 97,600 pontos.

Na comparação com o real, o dólar acompanha o movimento do exterior. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,4560 (+0,19%).



Wall Street em alta

Os índices de Wall Street deixaram o tom negativo e operam em alta com o forte apoio do setor de tecnologia.

Por volta de 13h (horário de Brasília), o índice S&P 500 subia 0,31%, aos 6.244,45 pontos; Dow Jones tinha alta de 0,20%, aos 44.330,51 pontos, e Nasdaq avançava 0,55%, aos 20.527,58 pontos.

As ações da Nvidia (NVDA; NVDC34) valorizavam mais de 2% e a empresa atingiu US$ 4 trilhões em valor de mercado pela primeira vez na história. A companhia de semicondutores também é a primeira a registrar essa marca.

No início da tarde desta quarta, Trump voltou a anunciar tarifas. Os produtos produzidos na Líbia, Iraque, Sri Lanka e Argélia serão taxados em 30%, da Moldávia e Brunei serão submetidos a uma taxa de 25% e os bens e mercadorias da Filipinas sofrerão uma alíquota de 20% na importação nos Estados Unidos.

Assim como os anúncios anteriores, as taxas entrarão em vigor em 1º de agosto.

Os investidores ainda aguardam a ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), que será divulgada na tarde de hoje, às 15 horas (horário de Brasília).

Na última decisão, o Fed manteve os juros inalterados pela quarta vez consecutiva na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Ásia e Europa

Na Ásia, os índices sem direção única com a política tarifária dos EUA no radar. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,33%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,06%.

Na Europa, os mercados terminaram o pregão em tom positivo com otimismo de negociações comerciais dos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou esta quarta-feira com alta de 0,73%, aos 549,716 pontos. Em destaque, o índice acionário da bolsa alemã, DAX, renovou o recorde histórico nominal aos 24.549,56 pontos. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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