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Ibovespa: As ações que ‘sobreviveram’ ao mês com ganhos de cerca de 20%; veja quais mais perderam

29 nov 2024, 19:10 - atualizado em 29 nov 2024, 19:18
Ibovespa
(Imagem: iStock/primeimages)

O Ibovespa encerrou o mês de novembro de forma melancólica. Só na última semana, a bolsa caiu 2,46%, o pior desempenho semanal desde setembro. No mês, a perda chegou a 3,12%.

A queda ocorreu em meio ao pacote fiscal do governo de R$ 70 bilhões. Apesar de amplamente esperado pelo mercado, o número foi questionado por alguns economistas que acreditam que o número não será suficiente.

Além disso, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha R$ 5 mil também pegou parte do mercado.

Mesmo assim, algumas empresas conseguiram superar o barulho e fecharam em alta. Dentre elas está a Embraer (EMBR3). A ação não é só sensação no mês, como destaque no ano, com alta de 150%.

Embraer, alta de 19%

Durante o mês, a companhia realizou o seu Investor Day em Nova York.

Analistas do BTG Pactual destacam a presença de clientes e parceiros chave no evento, o que ajudou a reduzir o viés comportamental. Eles afirmam que esta foi uma diferença importante em relação ao evento realizado no Brasil.

Segundo eles, a mensagem da Embraer manteve o tom otimista adotado desde o evento brasileiro e a teleconferência do terceiro trimestre.

Embora reconheçam que alguns investidores locais parecem “perplexos” com o forte desempenho das ações, muitos investidores estrangeiros continuam a comprar a tese, dado o panorama de um ciclo favorável de longa duração para a empresa.

“Em resumo, a ação oferece forte exposição cambial e um sólido momento de resultados, compensando um valor de mercado que não está tão barato quanto antes, já que o preço das ações quase dobrou em dois anos (próximo ao recorde desde a crise financeira global de 2008)”, avaliam.

Marfrig, frigoríficos com tudo

Os frigoríficos são um dos vencedores de 2024. No mês, a Marfrig (MRFG3) divulgou resultados com reversão do prejuízo para lucro de R$ 79,1 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), enquanto o mercado esperava um prejuízo líquido de R$ 218 milhões.

Segundo o BTG Pactual, a BRF (BRFS3) e os dividendos intercalares de R$ 2,5 bilhões (R$ 2,824256 por ação) “salvaram” os resultados da Marfrig no 3T24. Do valor de R$ 3,9 bilhões do Ebitda consolidado, que cresceu 60,4%, a BRF representou 77%.

“O pagamento anunciado representa um dividend yield impressionante de 18%, algo inesperado, já que comentários anteriores da Marfrig indicavam que os recursos da venda parcial dos ativos de carne bovina da América Latina seriam totalmente usados ​​para pagar dívidas, o que acreditamos que seria a melhor opção com base no valuation implicíto das ações em relação ao valor de sua participação na BRF”, veem Thiago Duarte e Guilherme Guttila.

Com o bom momento, o Goldman Sachs elevou suas estimativas para o Ebitda da empresa em torno de 10% para 2024, 2025 e 2026, por uma melhor visibilidade ao valor adicionado no portfólio do frigorífico na América do Sul.

Também aumentou seu preço-alvo de R$ 18,10 para R$ 19,30 (potencial de alta de 5,5%) nos próximos 12 meses, baseado no valuation da soma-das-partes, mantendo a recomendação de compra. O ajuste também incorpora os resultados reportados no 3T24.

Veja as 5 maiores altas

Empresa Ação Variação (%)
Embraer EMBR3 19,91
Marfrig MRFG3 19,63
Brava BRAV3 17,96
CVC CVCB3 17,07
Gerdau GOAU4 12,92

 Quem perdeu?

Na ponta negativa, as ações mais ligadas aos juros se derem mal. A MRV (MRVE3), que divulgou os resultados trimestrais, foi a que mais perdeu, a 23%.

O grupo reportou prejuízo consolidado de R$ 12,7 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24) — menor que a perda de R$ 136,5 milhões apurados na mesma etapa de 2023.

Desconsiderando os impactos extraordinários, o resultado foi um lucro líquido ajustado de R$ 17,3 milhões, reversão do prejuízo de R$ 20,9 milhões de um ano antes.

Na avaliação do BTG Pactual, a construtora apresentou resultados fracos no terceiro trimestre, com uma “leve decepção” no lucro final devido a despesas de juros acima do esperado (menor capitalização de despesas financeiras, pois os projetos da Resia estão sendo entregues) e despesas gerais e administrativas (G&A) também acima do previsto.

Por outro lado, os analistas do banco a avaliam que a MRV gerou um fluxo de caixa livre sólido de R$ 178 milhões, proveniente de R$ 70 milhões nas operações no Brasil (MCMV, nicho de média renda, loteamento e multifamily), impulsionadas por securitizações (entradas líquidas de R$ 428 milhões), e R$ 107 milhões na Resia (operações multifamiliares nos EUA), graças à venda do projeto Old Cutler.

“O turnaround da MRV está demorando mais que o previsto inicialmente, mas acreditamos que as margens brutas estão melhorando no programa MCMV. E, uma vez que os projetos da Resia forem vendidos, a alavancagem deve diminuir”, pondera o BTG.

Genial Investimentos, por sua vez, destaca que a situação operacional da companhia segue melhorando, mas entendem que os impactos financeiros ainda são insuficientes para trazer conforto de uma desalavancagem suave.

“No entanto, ressaltamos alguns riscos adicionais que nos incomodam e vêm sendo adicionados à tese de turn around, dentre eles a recuperação ainda lenta, especialmente quando comparado à Tenda, por exemplo, e risco de aumento nos custos de produção de imóveis no sul dos EUA (onde a Resia atua) devido a uma possível mudança nas políticas de imigração do presidente-eleito Donald Trump”, explicam os analistas.

Veja as 5 maiores quedas do mês:

Empresa Ação Variação (%)
MRV MRVE3 -23,70
Hapvida HAPV3 -23,30
Renner LREN3 -18,90
Cyrela CYRE3 -21,34
CSN Mineração CMIN3 -14.98

 

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