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Ibovespa avança com exterior favorável; IRB despenca 32%

04 mar 2020, 12:45 - atualizado em 04 mar 2020, 12:45
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O Ibovespa subia 1,39%, a 107.001,21 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O tom positivo prevalecia na bolsa paulista, com Petrobras e Vale entre os principais suportes do Ibovespa e apostas de atuação de bancos centrais para proteger as economias dos efeitos do surto de coronavírus, enquanto IRB Brasil desabava após a Berkshire Hathaway negar ser acionista.

Às 12:43, o Ibovespa (IBOV) subia 1,39%, a 107.001,21 pontos. Na máxima, mais cedo, chegou a 107.808,91. O volume financeiro somava 7 bilhões de reais.

Após o Federal Reserve reduzir os juros nos Estados Unidos na véspera em razão do coronavírus, o banco central da China deixou inalterados os custos de empréstimo de curto prazo. Fontes ouvidas pela Reuters, por sua vez, citaram reunião emergencial do Banco Central Europeu.

Nos mercados, a aposta é de que autoridades continuarão a agir para reduzir os custos de financiamentos para empresas e adotarão fortes medidas para impulsionar a economia, que tem sido afetada pelo surto do vírus.

Para analistas da Terra Investimentos, o Ibovespa deverá continuar bastante volátil, acompanhando indicadores econômicos e desdobramentos relacionados ao Covid-19, principalmente os reflexos nas economias, conforme relatório distribuído a clientes mais cedo nesta quarta-feira.

Ainda no exterior, a equipe da Elite Investimentos também citou entre os componentes favoráveis para a sessão a consolidação de Joe Biden, após eleições primárias nos EUA, como principal candidato do Partido Democrata para disputar a presidência norte-americana.

Nos EUA, as bolsas mostravam alta com investidores comemorando a liderança surpresa de Biden nas primárias democratas.

Em meio a preocupações sobre os reflexos na economia brasileira, também estão no radar expectativas de que o Banco Central comandado por Roberto Campos Neto reduzirá a taxa Selic, atualmente em 4,25%. Na véspera, o BC disse que as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa.

“As apostas para um novo corte na taxa básica de juros, vêm ganhando força, principalmente depois do Fed reduzir os juros e após o comunicado do BC brasileiro”, afirmaram Régis Chinchila e Sandra Peres, da Terra.

A sessão ainda contou com números sobre o PIB brasileiro, mostrando que a economia registrou em 2019 o desempenho mais fraco em três anos ao crescer 1,1%, terminando o ano com fortes perdas de investimento e dúvidas sobre a atividade em 2020 em meio a potenciais danos provocados pelo coronavírus.

Destaques

IRB (IRBR3) despencava 31%, após a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, dizer que não é acionista da resseguradora brasileira, negando informações que circularam na mídia nos últimos dias, e afirmando que não tem interesse em ser. O IRB disse que fará análise criteriosa de notícias sobre a base acionária.

Petrobras (PETR4) tinha alta de 2,3%, enquanto Petrobras (PETR3) subia 2%, em movimento alinhado ao aumento dos preços do petróleo no exterior. A petrolífera também divulgou que suas exportações de petróleo superaram 690 mil barris por dia, destacando os “patamares elevados” apesar do “período desafiador para a economia global”.

Vale (VALE3) avançava 2,6%, na esteira da alta dos preços de minério de ferro na China, em meio a expectativas de estímulos para reavivar aquela economia. No setor, CSN (CSNA3) subia 0,7%, tendo ainda no radar resultado trimestral após o fechamento do pregão. Analistas esperam, em média, lucro líquido de 677,5 milhões de reais, segundo dados da Refinitv.

Fleury (FLRY3) avançava 4,3%, entre as maiores altas, conforme segue apoiada em expectativa de aumento de volumes em razão do surto global do novo coronavírus, que também já chegou ao Brasil. Na outra ponta, Qualicorp (QUAL3) caía 2,2%.

Cyrela (CYRE3) mostrava valorização de 4,1%, tendo de pano de fundo a forte queda nas taxas futuras de juros no Brasil. O índice do setor imobiliário da B3 avançava 2,1%.

Bradesco (BBDC4) cedia 0,2% e Itaú Unibanco (ITUB4) mostrava estabilidade, também atenuando a alta do Ibovespa, dado o peso relevante que ambos detêm na composição do índice. BANCO DO BRASIL ON caía 0,7% e Santander (SANB11) perdia 0,85%. Na contramão, BTG Pactual (BPAC11) valorizava-se 2,3%.

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