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Petrobras salva Ibovespa de tombo maior; Dólar encosta em R$ 3,70

15 maio 2018, 17:35 - atualizado em 15 maio 2018, 18:53
Os traders americanos de títulos da dívida dos EUA estão precificando um Federal Reserve ainda mais “falcão”

O Ibovespa encerrou em leve queda de 0,11%, a 85.142 pontos, com os investidores reagindo a um momento de cautela no mercado internacional. O dólar subiu até R$ 3,6923 em resposta ao avanço da moeda americana ante as principais moedas internacionais e encerrou o dia a R$ 3,66 em alta de 1,08%. A Petrobras (PETR4) salvou a Bolsa de uma queda maior ao subir 2,1%, a R$ 26,79, e a Vale (VALE3) avançou 0,7%, para R$ 54,65.

“Mais uma vez os noticiários relevantes foram dominados pela dinâmica de expectativas de juros nos EUA. Em resposta ao dado melhor do que se esperava para as vendas no varejo em março por lá, os US treasuries novamente recuperaram os rendimentos acima de 3%, já que os investidores consideraram o dado um indício de maior probabilidade de mais três altas nos juros na maior economia mundial ainda em 2018 para conter a economia, que dia a dia mostra sinais de pujança mais sólidos”, analisa o BB Investimentos.

Os traders americanos de títulos da dívida dos EUA estão precificando um Federal Reserve ainda mais “falcão”, ou seja, com a probabilidade de três aumentos adicionais de juros neste ano, acima de 50%. Isso é mais do que os próprios diretores do Fed projetaram. A rentabilidade do Tesouro de 10 anos superou 3,05% pela primeira vez em quatro anos. Os principais índices americanos também caíram. O índice Dow Jones fechou em baixa de -0,78%, S&P 500 -0,68% e o Nasdaq 100 -0,81%.

 O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, avançava 0,56% para 93,11 às 17h31, reaproximando-se de 93,26, máxima de quarta-feira que também é o maior valor desde 19 de dezembro.

As vendas no varejo americano subiram 0,3% em abril, em linha com o estimado pelos economistas consultados pelo site Briefing.com. O avanço de março foi revisto de 0,6% para 0,8%. Segundo o indicador, os preços crescentes da gasolina pesaram sobre os gastos da população.

Por aqui, o setor de serviços recuou 0,2% em março, na comparação com fevereiro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Das cinco atividades investigadas, três tiveram variação negativa, com destaque para o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, que caiu 1,8%.

Resultados

As ações da JBS (JBSS3) subiram 1,88%, para R$ 9,20, após a empresa apresentar um crescimento de 43,5% no lucro líquido primeiro trimestre de 2018 e que chegou a R$ 506,5 milhões. O Ebitda foi de R$2.788,5 milhões, um aumento de 30,3% em relação ao ano anterior, com todas as unidades, exceto JBS Brasil, registrando crescimento no Ebitda. A margem aumentou de 5,7% para 7%.

“Os resultados vieram ligeiramente acima do esperado pelo mercado, algo que pode refletir de forma positiva na sessão desta 3ª. Destaque negativo para a divisão da JBS Brasil, que reportou margens negativas em meio aos custos crescentes e menor volume vendido após venda de parte de seus ativos à Minerva. Por outro lado, destacamos o resultado positivo da Seara, e da JBS USA Carne Bovina, além da desalavancagem financeira da companhia”, aponta a Guide Investimentos em um relatório divulgado nesta manhã.

O lucro líquido da BR Malls (BRML3) subiu 36% e chegou a R$ 150,4 milhões no primeiro trimestre de 2018 na comparação com um ano antes. A receita líquida totalizou R$ 299,2 milhões, apresentando uma redução de 9,5%. Quando desconsideradas as vendas de participação, a redução da receita líquida no trimestre foi de 2,7%. Os papéis avançaram 4,08%, para R$ 10,47.

“Os resultados do primeiro trimestre foram pouco inspiradores. Apesar de alguns progressos nas métricas operacionais (nós gostamos do que vimos com taxa de inadimplência e ocupação), acreditamos que essa melhora se baseou principalmente nos altos descontos e na rotatividade da carteira (com aluguéis muito menores), o que pode impedir que a receita cresça por um tempo”, avalia o BTG Pactual.

O lucro líquido da CSN (CSNA3) saltou 1.486% no primeiro trimestre de 2018 na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 1,486 bilhão. O principal motivador para o crescimento foi o ganho auferido em atualização do valor justo das ações da Usiminas que passaram a ser registradas no resultado. As ações caíram 1,26%, para R$ 9,40.

“Embora reconheçamos que os resultados vieram um pouco abaixo do consenso e que continuamos a evidenciar os desafios da CSN de desalavancar seu balanço (dívida líquida de R$ 200 milhões na comparação trimestral, dívida líquida sobre Ebitda atingiu 5,8x, de 5,7x), o mercado deve acolher o fato que a CSN realizou seu primeiro desinvestimento significativo em um longo período de tempo, a fim de apoiar sua reestruturação do balanço patrimonial”, destaca o Credit Suisse.

A empresa anunciou a venda da participação societária na Companhia Siderúrgica Nacional, LLC, empresa localizada nos Estados Unidos, com atuação na decapagem, laminação a frio e galvanização de aços planos, para a Steel Dynamics por US$ 400 milhões.

Itaúsa (ITSA4), holding que controla o Itaú Unibanco e empresas como Alpargatas e Duratex, registrou um lucro líquido consolidado de R$ 2,420 bilhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 24,8% em relação ao visto um ano antes. As ações voltaram 1,38%, para R$ 12,19.

As ações da Marfrig (MRFG3) terminaram em alta de 0,89% a R$ 7,93 na manhã desta terça-feira na B3. Nos três primeiros meses do ano a companhia reduziu o prejuízo devido a melhores resultados operacionais e os efeitos da alta do dólar sobre receitas internacionais compensaram parcialmente o peso das despesas financeiras.

Apesar dos resultados do primeiro trimestre de 2018 vistos como negativos, o BTG Pactual reforçou em um relatório nesta terça-feira (15) a sua aposta em uma “nova Marfrig”, apontam os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira. A recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 11 foram reiterados. “Não acreditamos que o trimestre ofereça muita informação sobre o futuro da empresa”, destacam

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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