Mercados

Ibovespa caminha para terceira semana de alta com ajuda de bancos

23 out 2020, 16:09 - atualizado em 23 out 2020, 16:09
Mercados - Ibovespa
Nos últimos dias, papéis de bancos mostraram forte valorização na bolsa paulista (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) acumulou a terceira semana de alta nesta sexta-feira, ampliando os ganhos em outubro, conforme agentes financeiros se preparam para resultados corporativos na expectativa de que os efeitos do pior momento da pandemia de Covid-19 nos resultados das empresas brasileiras possam ter ficado para trás.

Nos últimos dias, papéis de bancos mostraram forte valorização na bolsa paulista, ajudando a manter o Ibovespa acima dos 100 mil pontos, com analistas chamando a atração para a defasagem no setor, acrescentando que os lucros devem melhorar, com os níveis de provisões começando a recuar.

“Deve confirmar que o pico de provisões ocorreu no primeiro semestre, com a qualidade geral dos ativos se apresentando em melhor forma do que o esperado e apontando para uma queda contínua das despesas de provisão ao longo de 2021”, afirmou a equipe do Credit Suisse em relatório a clientes.

O Santander Brasil abre a temporada no setor na terça-feira, seguido por BRADESCO no dia seguinte. Itaú Unibanco apresenta balanço em 3 de novembro e Banco do Brasil em 5 de novembro. Os números do BTG Pactual são esperados para 10 de novembro.

Além dos bancos, gigantes como Petrobras e Vale, que sentem também os efeitos do ritmo da atividade do mundo, apresentarão seus balanços para investidores que têm buscado cada vez mais ativos com melhor retorno do que investimentos atrelados aos juros em mínimas históricas no país.

Petrobras
Além dos bancos, gigantes como Petrobras e Vale apresentarão seus balanços para investidores (Imagem: Arquivo/ Agência Brasil)

O calendário de resultados, que ganha fôlego na próxima semana, inclui ainda nomes como Klabin, Cielo, Gerdau, GPA, Ambev, Telefônica Brasil, Lojas Americanas e B2W, Suzano e Usiminas.

Na B3, o número de investidores ativos ultrapassou 3 milhões em setembro, e participantes do mercado continuam vendo espaço para crescimento, mesmo com um ambiente ainda complicado do ponto de vista fiscal e da recuperação da economia brasileira. A continuidade de planos de ofertas de ações reforça tal premissa.

O cenário externo também adiciona sua parcela de ruídos, com o aumento de casos de Covid-19 principalmente na Europa, mas também nos Estados Unidos, onde parlamentares e a Casa Branca não conseguem chegar a um acordo sobre mais estímulos para fortalecer uma economia ainda combalida pela pandemia.

Diferentemente do Ibovespa, o norte-americano S&P 500 encerra a semana com perda acumulada após quatro de valorização, sustentando sinal positivo no acumulado do mês.

Nesta sexta-feira, por volta de 15:35, o Ibovespa recuava 0,46%, a 101.453,74 pontos, mas sobe mais de 3% na semana e mais de 7% no mês. No ano, o declínio ainda alcança cerca de 12%.

O índice Small Caps perdia 0,1%, a 2.459,52 pontos, mas contabiliza elevação de 2% na semana e de quase 7% no mês, enquanto o declínio no acumulado de 2020 está em cerca de 13%.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somava 17,4 bilhões de reais.

Destaques:

CSN (CSNA3) valoriza-se 30%, embalada pelas perspectivas relacionadas ao IPO de sua unidade de mineração, embora a companhia ainda não tenha decidido se irá participar da oferta de ações. O forte resultado do terceiro trimestre e o horizonte de novos aumentos de preços de aço consolidam o bom momento da empresa comandada por Benjamin Steinbruch.

WEG (WEGE3) contabiliza elevação de 25%, ampliando ainda mais a liderança de ganhos no Ibovespa em 2020, que se aproxima de 140%, com o resultado do terceiro trimestre referendando a visão de que o grupo tem conseguido atravessar a crise desencadeada pelo coronavírus sem maiores estragos, enquanto também trabalha com cenário de retomada nas áreas mais afetadas.

Santander (SANB11) sobe 21%, capitaneando a recuperação dos bancos no setor com perspectivas positivas para a temporada de balanços, que será aberta justamente pela unidade no Brasil do banco espanhol no próximo dia 27, antes da abertura do mercado. Analistas do Goldman Sachs veem melhora no lucro, embora ainda em queda na comparação ano a ano.

Lojas Americanas (LAME4) recua quase 9%, dando continuidade à trajetória negativa desde o final de julho, após oferta de ações no valor de 10 bilhões de reais. A varejista, controladora da B2W, apresenta balanço também na próxima semana.

IRB Brasil (IRBR3)contabiliza perda de 8%, sem conseguir sair da ponta negativa do Ibovespa também no ano. A resseguradora busca recuperar a credibilidade após uma série de adversidades neste ano, incluindo fraude contábil. Dados mensais ainda têm mostrado prejuízo, embora quando excluídos negócios descontinuados já esteja no azul.

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