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Ibovespa desaba 7% e tem 2° circuit breaker da semana com pandemia de coronavírus

11 mar 2020, 17:14 - atualizado em 11 mar 2020, 18:11
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O Ibovespa caiu 8,53 %, a 84.348,75 pontos (Imagem: B3/Youtube)

O Ibovespa despencou nesta quarta-feira e a B3 acionou o circuit breaker pela segunda vez nesta semana, diante de temores globais com o coronavírus, agora classificado como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Ibovespa desabou 7,64%, a 85.171,13 pontos, nova mínima desde outubro de 2018. O volume financeiro da sessão somou 34,3 bilhões de reais.

O índice acumula queda de mais de 13% apenas esta semana, chegando a 26,3% de desvalorização em 2020.

Operando no vermelho desde a abertura, o Ibovespa acelerou perdas à tarde, com o circuit breaker paralisando as negociações por 30 minutos após a OMS ter classificado o coronavírus como pandemia, derrubando mercados internacionais. Na mínima, chegou a cair 12,4%.

“Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e severidade e com os níveis alarmantes de inação. Por isso, avaliamos que o Covid-19 pode ser caracterizado como pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Para Alvaro Azevedo, sócio da Vero Investimentos, o mercado ainda aguarda sinalizações mais claras dos governos sobre as medidas que serão tomadas para amenizar os efeitos da epidemia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, procurou acalmar os temores, afirmando nesta quarta-feira que utilizará todos os recursos governamentais possíveis para combatê-lo.

Outros países também intensificaram as medidas de combate ao vírus, com o banco central britânico cortando sua taxa de juros e a Itália aumentando os gastos diante de um crescente números de infectados e mortos no país.

No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Congresso está à disposição do governo para, além das medidas emergenciais de curto prazo, dar respostas aos impactos econômicos da disseminação do vírus.

Mais cedo, a equipe econômica cortou projeção de crescimento neste ano a 2,1%, ante patamar de 2,4% calculado em janeiro. A estimativa ainda é superior à expansão de 1,99% esperada pelos economistas para a economia neste ano, conforme boletim Focus mais recente.

O número de casos confirmados da doença no Brasil chegou a 52 nesta quinta-feira, aumento de 18 em relação à véspera, informou o Ministério da Saúde.

Também pressionando o índice, estavam os papéis de Petrobras, afetados após a Arábia Saudita afirmar que planeja expandir ainda mais a capacidade de produção de petróleo, impactando no preço da commodity.

Destaques

Petrobras (PETR4) desabou 9,74%, refletindo nova queda nos preços do contrato futuro do petróleo, diante do plano da Arábia Saudita para expandir a capacidade de produção da commodity para 13 milhões de barris por dia (bpd), ante 12 milhões atuais. A ação ordinária perdeu 10,84%.

Vivo (VIVT3:VIVT4) avançou 0,48% e TIM ganhou 1,23%, sendo as únicas empresas do índice a encerrarem o dia no azul, após manifestarem na noite da véspera interesse em uma negociação conjunta para a compra da operação móvel da Oi. OI ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 4,49%.

Vale (VALE3) perdeu 9,08%, após o salto de 18% na véspera, diante da alta dos preços do minério de ferro na China. CSN (CSNA3) teve recuo de 14,4%. Um empregado da empresa em São Paulo foi diagnosticado com coronavírus.

Localiza (RENT3) desabou 7,13%. A empresa, que divulgou balanço na noite de terça-feira, afirmou que seu desempenho operacional em 2020 pode até se beneficiar dependendo dos desdobramentos do coronavírus, mas que tem flexibilidade para reagir em cenários mais adversos.

Azul (AZUL4) despencou 16,4%, maior queda da sessão, enquanto Gol (GOLL4) recuou 14,5%, com o setor aéreo sendo mais uma vez o mais prejudicado pelos efeitos da epidemia, apesar da queda dos preços do petróleo.

CVC (CVCB3) perdeu 11,58%. A empresa, que na véspera informou que divulgará seus resultados financeiros apenas em 31 de março em vez de dia 12, anunciou que contratou empréstimo de 90 milhões de dólares do Citibank.

(Atualizada às 18h11)

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