Mercados

Ibovespa cai mais de 1% no nível dos 136 mil pontos e dólar supera R$ 5,70: como andam os mercados nesta sexta-feira (30)?

30 maio 2025, 12:41 - atualizado em 30 maio 2025, 12:58
Queda bolsa
Ibovespa e Wall Street operam em queda com escalada da tensão entre Estados Unidos e China, além de dados macroeconômicos(Imagem: iStock/peshkov)

O Ibovespa (IBOV) opera em forte queda nesta sexta-feira (30) e caminha para o terceiro dia de perdas consecutivas com o temor fiscal doméstico e escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Por volta de 11h30 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira atingiu mínima intradia aos 136.923,43 pontos, com queda de 1,16%. 



No cenário doméstico, as incertezas sobre o cenário fiscal aumentaram a aversão a risco dos investidores. Pela manhã, a pesquisa Latam Pulse, da Atlas/Bloomberg, apontou que a desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu para 53,7%, um crescimento de 3,6 pontos percentuais em um mês. Em abril, a mesma pesquisa mostrava que o chefe do Executivo era desaprovado por 50,1% da população.

O mercado também reage a novos dados econômicos. Entre eles, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% nos primeiros três meses do ano, puxado pelo agronegócio — principalmente pelas culturas de soja e milho.  O resultado, porém, ficou pouco abaixo do esperado.

Na avaliação do Banco Daycoval, o resultado do PIB no primeiro trimestre deixou um carregamento estatístico de 2,2% para o ano — que é também a projeção do banco. “Isso não significa que esperamos crescimento zero nos próximos trimestres, mas sim que o ritmo deve ser mais moderado em relação ao início do ano”, afirma Antonio Ricciardi, economista do Daycoval.

Para ele, os efeitos da política monetária mais restritiva devem se intensificar no segundo semestre deste ano. “O último trimestre pode registrar uma variação negativa em relação ao terceiro.”

O acirramento das tensões entre Estados Unidos e China também pesam no Ibovespa. Apesar da queda, o índice caminha para alta de mais de 1,50% em maio.

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E o dólar?

O dólar ganha força ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 12h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, registrava alta de 0,12%, mas ainda no nível dos 99 mil pontos.

O movimento também acontece na comparação com o real. No mesmo horário, a divisa norte-americana atingiu a máxima do dia, cotada a R$ 5,7405 (+1,30%), no maior nível intradia desde agosto do ano passado.



Wall Street no vermelho

Os índices de Wall Street também operam de lado com a escalada das tensões entre Estados Unidos e China, em meio às incertezas sobre a política tarifária de Donald Trump.

Por volta de 12h30 (horário de Brasília), o índice S&P 500 caía 0,33%, aos 5.892,78 pontos; Dow Jones registrava queda de 0,10%, aos 41.174,06 pontos, e Nasdaq tinha baixa de 0,59%, aos 19.061,41 pontos

Nesta sexta-feira (30), Trump disse que a China violou um acordo entre os dois países para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais sobre minerais essenciais e emitiu uma nova ameaça velada de que pode ser mais agressivo com Pequim.

“A China, talvez não de forma surpreendente para alguns, tem violado totalmente seu acordo com os EUA, disse o chefe da Casa Branca em publicação no Truth Social.

A declaração de Trump aconteceu após o secretário do Tesouro, Bessent,  afirmar que as negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo “estão um pouco paralisadas”, em uma entrevista à Fox News.

Na véspera (29), os investidores acompanharam a disputa entre a Casa Branca e o judiciário norte-americano na questão tarifária. Na noite da última quarta-feira (28), o Tribunal de Comércio Internacional suspendeu a maioria das tarifas de Trump, mas um tribunal de apelações concedeu uma suspensão das medidas da Corte e permitiu que as tarifas permaneçam em vigor até a próxima semana.

Os dados macroeconômicos também movimentam o pregão de hoje. Entre eles, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), o indicador inflacionário favorito do Federal Reserve que desacelerou para 2,1% na base anual em abril, um pouco abaixo do 2,2% esperado.

Ásia e Europa

Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em tom negativo com a disputa tarifária entre a Casa Branca e a Justiça dos Estados Unidos. O índice Nikkei, do Japão, caiu 1,22%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1m20%.

Na Europa, os índices operam em alta na tentativa de recuperar as perdas do mês. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sessão com leve alta de 0,13%, aos 548,61 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.