Ibovespa salta 2%, supera os 158 mil pontos e dólar despenca: o que está movimentando os mercados hoje (11)?
157 mil pontos. O Ibovespa (IBOV) alcançou o marco inédito e renovou a máxima histórica intradia nesta terça-feira (11), engatando o 12º recorde nominal e o 15º dia de ganhos ininterruptos, na maior sequência de altas em mais de 3o anos.
Por volta de 12h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 158.390,74 pontos, com avanço de 2,02%, no maior nível nominal intradia. O recorde anterior havia sido registrado na véspera (10), aos 155.601,15 pontos.
O Ibovespa é beneficiado, mais uma vez, por uma série de “ventos favoráveis” domésticos e no exterior.
Por aqui, o mercado reage a dados de inflação e pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,09% no mês de outubro, após registrar alta de 0,48% em setembro. A expectativa era de que o IPCA avançasse 0,16% no período. No ano, a inflação acumula alta de 3,73% e, em 12 meses, avanço de 4,68%.
Já o Copom voltou a destacar sua preocupação com a trajetória da inflação. O destaque da ata é a incorporação de uma estimativa preliminar do impacto da mudança recente no Imposto de Renda em suas projeções – “o que limita riscos de alta à frente”, segundo a análise do Itaú BBA.
O banco ainda avaliou que o documento trouxe uma visão um pouco mais otimista sobre as perspectivas de inflação. “O texto indica confiança de que a estratégia atual – manter a Selic inalterada em 15% por um período prolongado – está funcionando”, afirmou a equipe econômica liderada por Mario Mesquita.
Com o entendimento de que a ata trouxe sinais “menos conservadores” e com a desaceleração da inflação, aumentaram as apostas de primeiro corte na Selic em janeiro.
O Banco Pine mantém uma “visão construtiva” e afirmou que “as condições técnicas para o Copom iniciar ciclo de queda da taxa de juros já estão presentes”, afirmou Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa macroeconômica do Banco Pine.
“Porém, reconhecemos que a comunicação do Comitê sinaliza início do afrouxamento a partir do primeiro trimestre de 2026”, disse em nota.
Já para André Valério, economista sênior do Inter, o colegiado do BC deve iniciar o ciclo de afrouxamento monetário na primeira reunião de 2026, com um corte de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 14,75% ao ano.
Para a XP, “ainda é cedo para comemorar ou ver corte da Selic em janeiro”.
“Ainda é cedo para comemorar, tivemos impacto no IPCA de fatores que não é possível controlar na inflação, principalmente clima, taxa de câmbio e um cenário externo favorável também para a inflação”, afirmou o economista Alexandre Maluf, em nota enviada à imprensa. “Então, o Copom deve persistir mais um pouco [com a Selic mantida em 15%] até ver as expectativas se aproximarem um pouco mais da meta”, acrescentou.
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Dólar despenca e opera abaixo de R$ 5,30
O dólar opera em forte queda ante as moedas globais, como euro e libra, com a retomada do apetite ao risco global na expectativa de fim do shutdown nos EUA, que já dura 41 dias e é a maior paralisação da história norte-americana.
Na noite de ontem (10), o Senado dos Estados Unidos aprovou um acordo para destravar o financiamento do governo e pôr fim ao shutdown. A proposta segue para a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. O presidente da Casa, Mike Johnson, disse que deve votar a proposta nesta quarta-feira (12). Após a aprovação pelos deputados, o texto segue para sanção do presidente norte-americano, Donald Trump.
Por volta de 11h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, caía 0,30%, no nível dos 99 pontos.
Na comparação com o real, o dólar ainda é pressionado pelas expectativas de corte na Selic e forte valorização das commodities — o contrato futuro do petróleo Brent, por exemplo, sobe mais de 1% na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,2673 (-0,75%), próximo da mínima intradia.