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Ibovespa em 155 mil pontos: Queda recente pode ser janela para retorno de 23% em 2024, vê Guide

05 dez 2023, 13:39 - atualizado em 05 dez 2023, 15:23
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“Em nossa visão, o ano de 2024 será marcado por duas discussões principais: a) queda de juros, b) desaceleração econômica”, explica (Imagem: Divulgação/B3)

Investidores aproveitaram a alta recente do Ibovespa (IBOV) em novembro para realizar parte dos lucros. Na última sessão, o índice tombou mais de 1%, perdendo os 127 mil pontos. Porém, para a Guide, a queda recente pode ser uma oportunidade de embolsar bons lucros. Isso porque a corretora vê o Ibovespa em 155 mil pontos em 2024 no seu cenário base, potencial de alta de 23% ante o último fechamento.

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De acordo com a corretora, a alta deve vir tanto do crescimento dos lucros quanto do aumento da relação preço/lucro (algo que normalmente ocorre quando os juros estão em queda).

“Em nossa visão, o ano de 2024 será marcado por duas discussões principais: a) queda de juros, b) desaceleração econômica”, explica.

Para o estrategista-chefe Fernando Siqueira, historicamente, momentos de juros baixos foram positivos para o Ibovespa, enquanto momentos de baixo crescimento foram negativos.

O Brasil vive um ciclo de corte de juros. Segundo o último Boletim Focus, o país deve terminar o ano que vem com uma Selic em 9,25%, hoje em 12,25%.

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“Até agora a queda dos juros teve pouco impacto no mercado, particularmente não vimos entrada de recursos nos fundos de ações e fundos multimercados. Acreditamos que esta situação deve mudar em 2024, particularmente com a redução da Selic para níveis abaixo de 10%, o que deve ocorrer na reunião de junho”, coloca.

Em cenário ainda mais otimista, o índice poderia chegar a 175 mil pontos. Mas se tudo der errado, a bolsa andaria de lado, a 134.850 mil pontos, segundo a Guide.

Ibovespa barato e com novas ofertas no radar

Pelos cálculos da Guide, a relação Preço/Lucro do Ibovespa está perto dos menores patamares da história, o que é outro ponto a favor da expectativa de recuperação do índice nos próximos meses.

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“Apesar da alta recente do Ibovespa, a relação preço/lucro está em aproximadamente 8x ante uma média histórica de 11x. Acreditamos que com a queda dos juros, a relação preço/lucro deve aumentar em 2024”, destaca.

Outro ponto relevante segundo a Guide é a redução do volume de ofertas: com a queda dos juros de 2019/20, a quantidade de ofertas de ações bateu recordes, que parece ter influenciado negativamente o desempenho do mercado nos anos seguintes.

“O que estamos vendo nos últimos anos (2022/23) é exatamente o inverso: as ofertas de ações “secaram”; as poucas que vieram ao mercado foram de empresas com endividamento elevado ou algum outro problema que forçou uma capitalização”, argumenta.

Para o analista, com a redução das ofertas, o mercado deve ter mais força para “andar” nos próximos trimestres.

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Lucros crescentes

Por fim, a Guide diz que os lucros das empresas estão crescendo, o que também sustenta a expectativa de recuperação do mercado de ações.

“Além do crescimento econômico, os lucros vêm crescendo em função de menor pressão inflacionária (por exemplo, menor custo com matérias-primas como grãos, combustíveis, etc.). A queda dos juros deve ajudar no crescimento dos lucros via redução das despesas financeiras”, coloca.

O que pode atrapalhar o Ibovespa

Apesar do otimismo, para a Guide a evolução do preço das commodities é um desafio para o Ibovespa. Em 2023, o preço do minério apresentou queda ao longo do primeiro semestre e alta no segundo semestre, o que teve implicações claras para as empresas do setor e para o índice (o setor representa perto de 20% do Ibovespa).

“Mesmo anúncios de corte da produção por parte da Opep e o conflito entre Israel e o Hamas não fizeram o preço apresentar grandes alterações”, discorre.

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Mesmo assim, destaca no relatório, as empresas do setor apresentaram alta em função de fatores internos destas companhias: a produção da Prio (PRIO3) aumentou sensivelmente e os custos caíram ao longo do ano, a Petrobras (PETR4) sofreu menos interferência do governo do que se imaginava.

O analista lembra ainda que no setor de papel e celulose, o desempenho das ações foi negativo no início do ano em função da queda dos preços. Já no segundo semestre, o desempenho das ações da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) foi melhor em função dos primeiros anúncios de aumentos de preços.

“Outro grupo que apresentou sinais de reversão no final de 2023 foi o setor de frigoríficos: após alguns trimestres sofrendo com custos elevados, tanto JBS (JBSS3) como BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) mostraram sinais de que recuperação, algo que também deve persistir em 2024 em nossa visão”, completa.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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