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Ibovespa fecha em alta com apostas de ações de BCs; Hypera dispara após aquisição

02 mar 2020, 18:24 - atualizado em 02 mar 2020, 19:02
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O Ibovespa fechou em alta de 2,37%,​​ a 106.644,73​ pontos(Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O principal índice da B3 voltou a subir nesta segunda-feira, acompanhando a recuperação de ativos de risco no exterior, em meio a apostas de que bancos centrais tomarão medidas para amenizar o efeito do coronavírus na economia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa (IBOV) subiu 2,36%, a 106.625,41 pontos, tendo alcançado 107.220,02 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro totalizou 32,5 bilhões de reais.

A alta vem após o Ibovespa fechar fevereiro com queda de mais de 8%, com forte declínio na última semana do mês em razão da apreensão com a rápida disseminação do COVID-19 para vários países além da China, incluindo Estados Unidos. No Brasil, dois casos foram confirmados.

De acordo com o presidente da BGC Liquidez, Ermínio Lucci, a melhora nos mercados refletiu expectativas de que os bancos centrais do G7 vão, em algum momento, anunciar medidas de suporte às economias desenvolvidas, principalmente as autoridades monetárias dos Estados Unidos e União Europeia.

Após sinalizações do Federal Reserve na sexta-feira de que “usaria suas ferramentas e atuaria conforme apropriado para apoiar a economia”, o banco central do Japão prometeu nesta segunda-feira que tomará as medidas necessárias, assim como o Banco da Inglaterra.

“Mas há muita incerteza ainda sobre o impacto econômico global por conta do surto do coronavírus, com as discussões ainda focadas em se a recuperação após o primeiro trimestre, que será bastante afetado, será em V ou em U”, ponderou Lucci.

Ministros das Finanças dos países do G7 devem realizar uma teleconferência na terça-feira para debater medidas para lidar com o impacto econômico, disseram três fontes à Reuters, enquanto a OCDE alertou que o surto está encaminhando a economia mundial para sua maior retração desde a crise financeira global.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o coronavírus está se espalhando muito mais rápido fora da China do que dentro do país atualmente, o que leva o mundo a um território desconhecido, embora avalie que o surto ainda pode ser contido.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 4,6%.

Estratégias de renda variável para março compiladas pela Reuters sugerem expectativas de manutenção de volatilidade e cautela na bolsa brasileira em razão principalmente do efeito do surto de coronavírus na economia global, mas não descartam eventuais oportunidades de compra.

Preocupações com a desaceleração baseiam uma visão negativa no curto prazo pela equipe da BB Investimentos, que, no entanto, avalia que eventuais oportunidades de compra podem surgir com notícias positivas em relação ao declínio de novos casos e/ou desenvolvimento de vacina.

Destaques

Hypera ​(HYPE3) disparou 16,6%, após a farmacêutica anunciar acordo com a japonesa Takeda para comprar portfólio de 18 medicamentos de prescrição e isentos de prescrição (OTC) na América Latina por 825 milhões de dólares.

CVC (CVCB3) despencou 10,6%, tendo de pano de fundo comunicado da operadora de turismo de que constatou indícios de erros em sua contabilidade, que se confirmados poderão significar ajustes contábeis significativos nos resultados reportados pela companhia.

Vale (VALE3)avançou 4,63%, na esteira da forte alta do preço de minério de ferro na China, com estoques em queda nos portos indicando que as usinas siderúrgicas têm elevado o apetite pelo material e aumento de expectativas de que a China divulgue novas medidas de estímulo à economia.

Petrobras (PETR4) subiu 4,7%, acompanhando a forte elevação dos preços do petróleo no mercado externo.

Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,31%, enquanto Bradesco (BBDC4) encerrou com ganho de 1,34%, sem tendência única no setor bancário. Banco do Brasil (BBSA3) cedia 0,62%.

Pão de Açúcar (PCAR3) caiu 10%, no primeiro pregão após migração das ações do varejista para o Novo Mercado da B3, conforme a companhia passa a negociar apenas com papéis ordinários. Profissionais da área de renda variável citaram que se tratou de um “erro de variação”.

IRB (IRBR3)recuou 8,72%. A resseguradora comunicou pela manhã a renúncia de Ivan de Souza Monteiro da presidência do conselho de administração, citando motivo de saúde. O cargo que será ocupado interinamente por Pedro Duarte Guimarães.

AES Tietê (TIET11) for a do Ibovespa, disparou 23,6%, após a Eneva enviar à geradora controlada pela norte-americana AES proposta de combinação de negócios entre as companhias que criaria uma “gigante no setor de geração” no Brasil.  Eneva (ENEV3) subiu 8,44%.

Veja o fechamento de outros índices da B3 nesta segunda-feira:

IBrX 100 <.IBRX>:2,45%, 45.195,28​ pontos.

IBrX 50 <.IBX50>:2,28%, 17.307,90 pontos.

IBrA <.IBRA>:2,52%, 4.257,38 pontos.

Índice Small Cap (SMLL) <.SMLL>:3,40%, 2.706,89 pontos.

Índice MidLarge Cap (MLCX) <.MLCX>:2,39%, 2.048,26 pontos.

Índice Dividendos (IDIV) <.DIVI>:2,76%, 6.503,74 pontos.

Índice Financeiro (IFNC) <.IFNC>:0,90%, 12.156,99 pontos.

Índice de Consumo (ICON) <.ICON>:1,93%, 5.019,59 pontos.

Índice de Energia Elétrica (IEE) <.IEE>:3,74%, 78.381,14 pontos.

Índice de Materiais Básicos (IMAT) <.IMAT>:4,37​%, 3.365,39 pontos.

Índice do Setor Industrial (INDX) <.INDX>:3,55%, 19.962,68 pontos.

Índice Imobiliário (IMOB) <.IMOB>:2,72%, 1.324,88 pontos.

Índice Utilidade Pública (UTIL) <.UTIL>:3,37%, 8.767,19 pontos.

Índice de BDRs Não Patrocinados-GLOBAL (BDRX) <.BDRX>:5,63%, 7.924,34 pontos.

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) <.ISE>:2,70%, 4.048,14 pontos.

Índice de Ações com Governança Diferenciada (IGCX) <.IGCX>:2,62%, 17.181,23 pontos.

(Atualizada às 19h01)

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