Mercados

Ibovespa fecha em baixa e volta aos 99 mil pontos, na mínima em um mês

15 ago 2019, 17:54 - atualizado em 15 ago 2019, 17:54
No pior momento da sessão, o Ibovespa caiu a 98.200,36 pontos, após ter oscilado no azul nos primeiros negócios (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa teve queda nesta quinta-feira, em meio ao clima tenso nos mercados externos e uma bateria de resultados corporativos domésticos, caminhando para fechar a semana no vermelho.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,2%, a 99.056,91 pontos, no menor patamar em cerca de um mês, com o declínio acumulado na semana até o momento alcançando 4,75%. O volume financeiro do pregão somou 21,1 bilhões de reais.

No pior momento da sessão, o Ibovespa caiu a 98.200,36 pontos, após ter oscilado no azul nos primeiros negócios, quando chegou a subir a 101.014,41 pontos.

Wall Street teve uma sessão volátil, com números sobre vendas no varejo e o resultado do Walmart animando, enquanto previsões da Cisco e sinais divergentes sobre o embate comercial EUA-China pressionaram na ponta contrária.

Enquanto a China se prepara para adotar medidas em resposta às mais recentes tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, o presidente Donald Trump disse qualquer acordo precisa ser segundo os termos dos EUA.

O S&P 500 encerrou com variação positiva de 0,24%. O europeu FTSEurofirst 300 caiu 0,28%.

Apesar da relativa trégua nas bolsas no exterior na sessão, Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, ressaltou que o cenário externo tem estado bem ruim, o que leva a desmonte de posições.

Para Fabio Alperowitch, sócio na Fama Investimentos, o movimento da bolsa foi normal dentro do contexto atual dos mercados. “O mundo está estranho… a volatilidade vai ocorrer.”

Além dos dilemas relacionados a disputa tarifária entre Washington e Pequim e potenciais efeitos na atividade econômica global, particularmente o risco de recessão, investidores também continuam atentos ao desdobramentos eleitorais na Argentina.

Dados da B3 mostram que o saldo negativo do capital externo negociado na Bovespa já soma 7,1 bilhões de reais em agosto, com saídas líquidas em todos os dias do mês. No ano, a saída líquida chega a 17,6 bilhões de reais.

Destaques

A JBS (JBSS3) ganhou 4,64%, a 28,62 reais, mas chegou a subir a 30,43 reais na máxima da sessão, recorde intradia, após lucro líquido de 2,18 bilhões de reais no segundo trimestre, superando expectativas dos analistas. Analistas avaliaram que a empresa está preparada para movimentos de fusões e aquisições, o que o presidente-executivo, Gilberto Tomazoni, deixou em aberto durante teleconferência de resultados.

A Natura (NATU3) subiu 0,3%, também entre as poucas altas da sessão, um dia depois de divulgar que o lucro do segundo trimestre mais que dobrou sobre um ano antes, apoiado em vendas fortes em todos os segmentos e em esforços de controle de custos. A empresa também afirmou que está no caminho para cumprir a previsão de reduzir a alavancagem para 1,4 vez a dívida líquida/Ebitda até 2021.

A Ultrapar (UPAG3) encerrou em baixa de 8,4%, maior queda diária desde maio de 2018, para 16,88 reais, mínima desde maio de 2012, uma vez que viu seu lucro cair praticamente à metade no segundo trimestre, refletindo a queda ou estagnação da receita de todas as principais linhas de negócios. Em teleconferência, o conglomerado disse que quer recuperar margem de Ipiranga sem perder fatia de mercado.

A SABESP (SBSP3) recuou 5,93%, tendo como pano de fundo queda de 10,9% no resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no segundo trimestre, para 1,2 bilhão de reais.

Via Varejo (VVAR3) cedeu 5,18%, após fechar o segundo trimestre com prejuízo líquido de 154 milhões de reais, ante resultado positivo de 14 milhões um ano antes.

A Vale perdeu 2,21%, tendo de pano de fundo o declínio dos preços do minério de ferro na China, à medida que o aperto na oferta diminui, mas o esperado aumento da demanda pela China segue indefinido. Siderúrgicas também sofreram. Usiminas (USIM5) recuou 4,37% e Gerdau (GGBR4) caiu 3,38%.

A Petrobras (PETR4) recuou 2,77%, enfraquecida pela queda dos preços do petróleo no mercado externo.

O Bradesco (BBDC4) cedeu 0,69%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,28%. Fora do índice, Banco Inter UNIT cedeu 11,72%, após uma sequência de sete pregões de alta, período em que acumulou valorização de 35%.

Oi (OIBR3), fora do Ibovespa, desabou 17,93%, após divulgar prejuízo líquido para o segundo trimestre maior do que o esperado por analistas. A empresa também avalia ampliar investimentos neste ano para até 7,5 bilhões de reais.

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