Mercados

Ibovespa tem alta de 2,57% com eleição de Biden e otimismo com vacina; Gol e Azul sobem quase 20%

09 nov 2020, 18:08 - atualizado em 09 nov 2020, 19:08
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O giro recorde no segmento Bovespa é de 18 de dezembro de 2019, quando movimentou 54,9 bilhões de reais  (Imagem: B3/Linkedin)

O Ibovespa (IBOV) fechou em forte alta nesta segunda-feira, chegando a superar 105.000 pontos na máxima, respaldado pela eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos e anúncio de Pfizer/BioNTech de que sua candidata a vacina contra o coronavírus mostrou-se 90% eficaz em estudos preliminares.

Na bolsa brasileira, a notícia da vacina embalou as companhias que mais sofreram com a pandemia e que mais devem se beneficiar de uma reabertura econômica total, com o salto nos preços do petróleo também impulsionando as ações da Petrobras (PETR4).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,57%, a 103.515,16 pontos. No melhor momento, chegou a 105.146,56 pontos, renovando máxima intradia desde julho.

O volume financeiro na bolsa totalizou 49,1 bilhões de reais, bem acima da média diária de 2020 de 29,9 bilhões de reais.

O giro recorde no segmento Bovespa é de 18 de dezembro de 2019, quando movimentou 54,9 bilhões de reais, líquidos do exercício sobre o Ibovespa que aconteceu no mesmo dia, com o total da sessão ficando em 79,6 bilhões de reais.

A Pfizer e BioNTech são as primeiras farmacêuticas a anunciarem dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em larga escala. Elas esperam pedir autorização para uso emergencial da vacina nos EUA neste mês.

Um porta-voz da Pfizer afirmou à Reuters que o governo do presidente Jair Bolsonaro mantém negociações com a farmacêutica no Brasil para comprar a vacina experimental contra a Covid-19 da companhia e incluí-la no Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

A notícia sobre a vacina ampliou o clima já positivo nos mercados acionários em razão da vitória de Biden, anunciada no sábado, após uma dura campanha eleitoral, bem como sua promessa de que trabalhará para unificar um país profundamente dividido, mesmo com Donald Trump se recusando a aceitar a derrota.

“Com isso, a incerteza em torno da eleição se dissipou e os investidores recuperaram o apetite pelo risco”, afirmou o analista de mercados Milan Cutkovic, da Axi.

Para o analista Chris Hussey e equipe, do Goldman Sachs, as atenções dos investidores agora provavelmente migrarão rapidamente dos catalisadores do período atual formado por resultados do terceiro trimestre, eleições e vacinas.

“É provável que um projeto de estímulo fiscal esteja na lista dos próximos catalisadores nos quais se concentrar” com economistas do Goldman enxergando potencial para um projeto a ser aprovado pelo Congresso dos EUA já no próximo mês”, afirmou em comentários a clientes nesta segunda-feira.

Por aqui, dados da CVM mostraram que mais duas companhias – a construtora BRZ e a rede de lojas de departamento Le Biscuit – desistiram dos planos para listar ações na B3, elevando para 20 o número de cancelamento de planos de estreia na bolsa em 2020.

Destaques

Petrobras (PETR4) disparou 9,42%, na esteira do salto do petróleo no exterior, em parte por causa do noticiário sobre vacina.

Fontes ouvidas pela Reuters também afirmaram que a empresa deve receber em 10 de dezembro propostas vinculantes por sua refinaria no Rio Grande do Sul, a Refap, com o conglomerado indiano Essar e as empresas locais Raízen e Ultrapar (UGPA3) entre os potenciais interessados.

Gol (GOLL4)  e Azul (AZUL4) avançaram 19,94% 18,43%, respectivamente, com os setores mais sensíveis aos efeitos da pandemia entre as maiores altas do Ibovespa.

Cvc (CVCB3) valorizou-se 10,46%. Embraer (EMBR3) saltou 13,1%, antes do balanço no começo da terça-feira.

Lojas Renner (LREN3) fechou em alta 14,51%, também reagindo ao otimismo sobre uma vacina contra o coronavírus, conforme resultados recentes da varejista de moda refletiram o efeito nocivo da pandemia em suas operações.

Multiplan (MULT3) e BRmalls (BRML3) subiram 14,05% e 12,04%, respectivamente, acompanhando a euforia em torno do anúncio da Pfizer.

Iguatemi (IGTA3) ganhou 12,33%.

Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 8,1%.

Bradesco (BBDC4) teve acréscimo de 9,5%. A exceção entre os papéis de bancos foi BTG Pactual (BPAC11), que caiu 2,06%, antes do balanço do terceiro trimestre, esperado para a terça-feira, antes da abertura da bolsa.

Vale (VALE3) fechou estável, em sessão mista para o setor de mineração e siderurgia.

Usiminas (USIM5) teve baixa de 0,87% e Gerdau (GGBR4) declinou 1,74%, mas Csn (CSNA3) subiu 0,87% O BTG Pactual reforçarçou recomendação “convicta” de compra para os papéis da Vale, com preço-alvo de 14 dólares para os recibos das ações negociados nos EUA (ADR), citando uma “nova ordem política global”.

Magazine Luiza (MGLU3) ON caiu 3,22% antes do balanço trimestral previsto para esta segunda-feira, seguida pela rival B2W (BTOW3), que recuou 3,15% e Via varejo (VVAR3), que fechou em baixa de 3,54%.

Mercado Livre, negociada em Nova York, perdeu 10,44%.

O setor de comércio eletrônico é um dos que mais têm se beneficiado das medidas de distanciamento social para evitar a disseminação de Covid-19.

Enjoei (ENJU3) caiu 4,78%, a 9,76 reais, em sua estreia na B3 (B3SA3) após precificar IPO na semana passada a 10,25 reais por ação, no piso da faixa estimada.

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